Após visita do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo ao edifício Acapulco, no condomínio Atlântica Ville, em Jardim Camburi, bairro da Capital, a Defesa Civil Municipal e a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec) estiveram no local. Os órgãos realizaram, na tarde desta sexta-feira (05), uma vistoria de obra no prédio do Condomínio Atlântica Ville.
De acordo com a engenheira da Defesa Civil, Sidneia Assis, foi constatada uma pequena reforma que está sendo realizada nos fundos do condomínio. “Verificamos esta intervenção no residencial, porém, não identificamos nenhum risco de colapso da estrutura, apenas alguns pontos de ferrugem exposta”, disse a engenheira.
Segundo a Defesa Civil, o órgão tomou conhecimento do resultado da vistoria do Crea no local, que apontou possível risco de desabamento, após publicação na imprensa capixaba na noite desta quinta-feira (04).
O fiscal da Sedec que esteve na obra fez uma intimação para que a responsável pelo prédio apresente uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) da construção.
O resultado apontado pela Defesa Civil e pela Sedec difere da constatação feita na manhã desta sexta-feira (05) pelo Crea, que chegou a multar e recomendar o embargo da obra realizada irregularmente em pilares de sustentação do prédio Acapulco B, pertencente ao Condomínio Atlântica Ville. Engenheiros e responsáveis pela autarquia federal voltaram ao local e realizaram novas vistorias hoje.
O gerente de fiscalização do Crea-ES, Leonardo Leal, explicou como o órgão tomou conhecimento dos problemas estruturais e os procedimentos realizados para a constatação das irregularidades na intervenção que era realizada clandestinamente, o que fez com que o condomínio fosse multado.
"Recebemos uma denúncia anônima e imediatamente encaminhamos a equipe de fiscalização até o local. Identificamos se tratar de uma obra irregular, sem um engenheiro responsável, no caso um engenheiro civil, e lavramos um auto de infração para o condomínio no valor de R$ 7.039 mil. Diante dos fatos, acionamos a Defesa Civil e também a Prefeitura de Vitória, e recomendaremos o embargo da obra, para que apenas seja dada continuidade caso contratado um engenheiro civil. Não existe uma empresa especializada e também falta um engenheiro. O condomínio foi multado por uma obra irregular. É o exercício ilegal da profissão", explicou Leonardo em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta.
Segundo o representante do Crea-ES, caso a intervenção prosseguisse de forma irregular, a edificação poderia vir abaixo. Isso porque era realizada por leigos e sem estar de acordo com as normas técnicas necessárias para que fosse mantida a segurança do prédio e consequentemente dos moradores.
"Caso continuem realizando a obra com um leigo, existe o risco de colapso (vir abaixo) porque eles estão escavando no entorno de um pilar. Eles não sabem exatamente até onde podem fazer esta escavação. Encontramos dois pedreiros aqui na obra, não havia engenheiro, e eles falaram que estavam fazendo um reforço, e também fariam o tratamento do aço. Alegaram que faziam um reforço de um pilar que tem bastante aço aparente, já em estágio de muita corrosão, porém estão utilizando um procedimento inadequado, pois de acordo com as normas técnicas, somente com o aval de um engenheiro civil poderia ser feita a obra correta. Foi o próprio condomínio quem os contratou", complementou Leonardo.
Ainda de acordo com o gerente de fiscalização, com a contratação de um engenheiro, o profissional faria uma sondagem detalhada do terreno e também o escoramento correto dos pilares e nada disso, de acordo com a vistoria feita in loco, ocorreu.
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