Após a soltura da corretora de imóveis Adriana Felisberto Pereira neste sábado (16), a defesa dela disse, em contato com a reportagem de A Gazeta, neste domingo (17), que vai atrás de imagens em vídeo e também depoimentos de testemunhas oculares, para comprovar que a mulher de 33 anos não foi a responsável pela morte da modelo Luísa Lopes, de 24 anos, na noite da última sexta-feira, na Avenida Dante Michelini, em Vitória.
Antes, porém, o advogado dela, Jamilson Monteiro, explicou que na audiência de custódia não houve nenhum indício comprobatório de que Adriana fosse a causadora do atropelamento fatal da ciclista e, que por isso, o juiz de custódia concedeu a liberdade dela mediante o pagamento de fiança de R$ 3 mil. A motorista havia sido presa após o acidente.
Familiares e amigos organizam um protesto na próxima terça-feira (19), às 18 horas, para pedir justiça pela tragédia que tirou a vida de Luísa. A manifestação será na Av. Dante Michelini, em frente ao Clube dos Oficiais.
Na decisão que liberou a motorista sob pagamento de fiança, o juiz José Leão Ferreira Souto destacou que os policiais militares acionados para a ocorrência teriam recebido informações de que a vítima, na condução de uma bicicleta preta, teria sido atropelada por outro veículo e arremessada contra o automóvel da autuada, detida na oportunidade por supostamente conduzir veículo automotor sob influência de álcool. Na ocasião, Adriana se recusou a realizar o teste do etilômetro (bafômetro).
“O juiz de custódia não soltou ela porque tem um suposto segundo veículo envolvido. O juiz de custódia soltou porque não se pode afirmar que ela foi a causadora do acidente. A gente não pode afirmar que ela foi a causadora do acidente”, disse Monteiro.
“Não estou negando que ela não estava envolvida no acidente, pois ela estava envolvida, mas no momento ali não podia afirmar que ela causou o acidente. Então, por isso que o juiz da custódia soltou ela. Ela foi autuada só por dirigir embriagada. O envolvimento no acidente é o que demanda maiores apurações e é o que vai acontecer nos próximos dias”, complementou.
Em contato com a Guarda de Vitória, A Gazeta solicitou acesso às imagens que mostram a dinâmica da tragédia, mas o pedido ainda não foi aceito pela prefeitura. Segundo o órgão, a gravação das câmeras de videomonitoramento foram fornecidas à polícia.
O acidente em questão ocorreu em uma região muito movimentada de Jardim da Penha e que conta com muitos comércios. Desta forma, câmeras de videomonitoramento podem ter registrado o atropelamento e, segundo o advogado, o possível outro veículo envolvido pode ter sido registrado.
“Agora é ir atrás de filmagens, ver se tem alguma câmera que gravou, procurar testemunhas que tenham presenciado o acidente. Não especulação, testemunhas que, de fato, tenham visto o acidente. Foi próximo de um posto de combustível, então é procurar algum funcionário deste posto que tenha visto o acidente. Estes são os próximos passos, tanto filmagens como testemunhas e até mesmo a prova pericial”, detalha o advogado.
Reforçando esta tese, a defesa salienta que a própria perícia feita após o acidente não conseguiu comprovar que Adriana causou o atropelamento fatal.
“A perícia da Polícia Civil esteve no local e não foi capaz de concluir que a Adriana foi a causadora do acidente. O processo é público e lá diz que não foi possível concluir que ela foi responsável. E ainda existem estes fatos de um possível segundo veículo envolvido. Por isso que ela foi posta em liberdade. A gente solidariza com a família da vítima também e identificando esse possível segundo envolvido, ele vai responder pelo envolvimento do acidente de todo mundo, tanto da vítima que foi a óbito como da Adriana” finalizou Monteiro.
O advogado disse ainda não ter conversado com a cliente, após Adriana ser liberada. Ainda muito abalada com o ocorrido, ela seguiu para casa onde repousa.
Além de aguardar pelas diligências (investigação), a defesa complementou que também irá requerê-las. A expectativa é já nesta segunda-feira (18) iniciar a busca por filmagens privadas que possam ter gravado o acidente, além da identificação de testemunhas.
Questionada sobre a presenças de câmeras no local, a Prefeitura de Vitória informa que o videomonitoramento está cada vez mais sendo uma ferramenta de apoio, de fiscalização e de compromisso com a melhoria da segurança da Capital. E que as imagens já foram separadas e estão à disposição para inclusão no inquérito policial.
Apesar das informações recebidas por policiais militares de que um outro carro teria participado do acidente que matou Luísa Lopes, de 24 anos, o advogado da família dela diz que não há provas dessa versão. Após ler o inquérito, o advogado Marcos Vinícius Sá afirmou à reportagem de A Gazeta que essa hipótese está, por ora, descartada. Segundo ele, a família espera uma "responsabilização de forma enérgica pelo crime".
"A família de Luísa justamente espera uma investigação séria para reunir todas essas provas possíveis para que, ao final, a Adriana (motorista do carro) seja punida pelo crime. Temos imagens de Adriana gravadas no dia do crime que são estarrecedoras. A família espera uma resposta à altura, que seja dada a ela a responsabilidade pelo crime. A versão [do outro carro] chegou de uma forma que ninguém sabe. O que nos parece é que somente a irmã da motorista é que teria dado essa resposta. Não tem nenhuma prova no inquérito que comprove isso. Li o inquérito todo e não há nada. Por ora, essa hipótese é descartada A família espera uma responsabilização de forma enérgica pelo crime”, finalizou o advogado.
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