Os casos de dengue têm aumentado no Espírito Santo, principalmente no interior. Os sintomas iniciais, que antes eram fáceis de identificar a doença, agora são facilmente confundidos com os da Covid-19.
Mas então, quais são as diferenças entre essas duas doenças? A Gazeta procurou especialistas para identificar aspectos que podem ajudar no possível diagnóstico. A orientação principal, diante dos sintomas, é procurar atendimento médico.
A infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Raquel Stucchi explica que nos primeiros dias realmente as doenças têm sinais parecidos, mas com o tempo os quadros apresentam novos sintomas.
“O início pode ser muito parecido, com febre, mal estar e dor no corpo. A dor abdominal e diarreia também podem fazer parte do quadro, principalmente nas crianças. Na Covid, depois, começa a ter sintomas mais respiratórios, como tosse seca e coriza. Já na dengue, aparece dor de cabeça, aquela com dor atrás do olho. Também costuma surgir manchas vermelhas, que podem aparecer na Covid, mas não são tão frequentes”, disse a médica.
A infectologista Rúbia Miossi explica que, em casos mais recentes da Covid, o paciente não tem tido mais febre, como ocorria no início da pandemia. Então, o que fazer? Qual é o momento de procurar o exame?
“A Covid-19 não tem apresentado mais febre com a frequência que apresentava no início da pandemia, mas diante de um quadro febril (temperatura axilar maior que 38°C) e de mialgia (dor no corpo intensa), o ideal é procurar o atendimento médico. Normalmente o exame da Covid é o PCR, ou teste rápido de antígeno em secreção respiratória do primeiro ao sétimo dia de sintomas. Já o exame da dengue é uma sorologia (sangue) a ser coletada a partir do 7º dia de doença”, explicou Miossi.
É possível alguém ter a Covid e a dengue ao mesmo tempo. A chamada coinfecção não é considerada comum, porém exige ainda mais atenção do paciente. “É preciso uma avaliação presencial e com exames laboratoriais para que se possa fazer uma conduta do acompanhamento mais adequado”, disse Stucchi.
Dengue: febre, mal estar, dor no corpo, dor abdominal, diarreia, dor de cabeça e dor atrás do olho, manchas vermelhas pelo corpo, fadiga, perda de apetite, tremor ou suor.
Covid-19: febre, tosse, cansaço, perda de olfato ou paladar, dores pelo corpo ou desconfortos, dor de cabeça, dor na garganta, diarreia, irritação na pele ou descoloração dos dedos dos pés ou das mãos, olhos vermelhos ou irritados, dificuldade para respirar ou falta de ar, perda da fala, mobilidade ou confusão, dores no peito.
Obs.: Diante de sintomas como esses, o ideal é procurar um médico para receber um acompanhamento e ter a orientação para o possível diagnóstico.
Mais diferenças à vista: em uma das doenças, a dengue, é preciso eliminar os criadouros do mosquito Aedes Aegypti, lugares onde pode haver o acúmulo de água parada. É lá que eles instalam os pequenos ovinhos e depois de nascer se proliferam. O uso de repelentes, para afastar os insetos, também é uma recomendação das infectologistas. Essa é a forma de prevenir a doença.
Já na Covid, a vacinação é fundamental. Além dela, em ambientes de aglomeração, o indicado é o uso de máscara e a higienização das mãos. O ideal é continuar adotando o distanciamento físico para evitar qualquer risco, explicam.
Dengue: eliminar água parada acumulada, que serve de criadouro do Aedes Aegypti, e uso de repelentes.
Covid-19: vacinação, evitar aglomerações, uso de máscara, higienização das mãos e adotar o distanciamento físico.
No tratamento das doenças, quem tem dengue precisa se manter hidratado, beber bastante água. Em um estado de mais gravidade, se usa hidratação intravenosa.
Para a Covid, nas formas leves, em casos sintomáticos, se utiliza medicamentos para febre e hidratação. Para as pessoas que têm risco de evolução das formas graves, antivirais, ainda não disponíveis no sistema público de saúde.
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