O Espírito Santo registrou neste ano dez vezes mais casos de dengue em relação ao ano passado. Os dados são do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Entre a primeira semana do ano e a última de novembro, no ano passado, o estado registrou 17.922 casos da doença. Neste ano, no mesmo período, já são 185.174.
Além disso, o número de mortes é 18 vezes maior se comparados os mesmos períodos. No ano passado, cinco pessoas morreram de dengue entre janeiro e novembro. Neste ano, já foram registradas 93 mortes por causa da doença.
Vale destacar que o monitoramento é feito semana a semana. No ano passado, a única semana que registrou mais de mil casos de dengue foi a última do ano, entre os dias 25 e 31 de dezembro de 2022.
Desde então, nenhuma semana de 2023 registrou menos de mil casos. Pelo contrário. Ainda em janeiro, o estado registrou mais de dois mil casos em apenas uma semana. Os números cresceram de forma progressiva, chegando a mais de dez mil na última semana de março. O último dado compreende a semana entre os dias 19 e 25 de novembro, quando foram registrados 1.277 casos.
No levantamento, os municípios que aparecem com incidência alta nas últimas quatro semanas são: Pedro Canário, Laranja da Terra, Ecoporanga, Apiacá, Linhares, Água Doce do Norte, Barra de São Francisco e Sooretama.
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, aponta que o estado viveu em constante estado de epidemia da dengue neste ano.
A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduz colocando ovos em lugares que têm água. Cada fêmea pode botar de 700 a 1.000 ovos por dia. Os ovos podem demorar mais de um ano para eclodir, esperando a estação das chuvas.
Depois de adulto, o mosquito vive entre 30 a 40 dias. Em cada dia de vida, o Aedes pode infectar até seis pessoas com a dengue. Além disso, as larvas do mosquito podem já nascer infectadas com o vírus da dengue.
O subsecretário aponta que fatores como o calor excessivo combinado com as chuvas frequentes podem ter piorado o cenário da dengue no estado. Manter os locais que possam acumular água limpos e, se possível, cobertos, ajuda no combate da doença. Segundo o subsecretário, 80% dos focos da dengue estão dentro das residências.
O sorotipo 3 da dengue ainda não foi identificado no Espírito Santo, porém já foi registrado em pelo menos quatro estados: Paraná, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.
Os sintomas da dengue não mudam entre o sorotipo 1 e 2, sendo em geral: febre acima de 38 graus, dor no corpo, dor ao movimentar os olhos, mal-estar e falta de apetite. Porém, segundo o subsecretário de saúde, no sorotipo 3, pode haver sangramento nas narinas e na urina.
"Por isso, assim que iniciarem os sintomas da dengue, a pessoa deve procurar o posto de saúde mais próximo. A dengue é uma doença grave, que evolui muito rápido. A dengue não tem tratamento específico. Se o tratamento for atrasado, o paciente pode precisar de internação. O importante é que, assim que o paciente identifique os primeiros sintomas, já comece a se hidratar de forma abundante: pelo menos meio copo de água a cada 15 minutos", ensinou o subsecretário.
*Com informações da repórter Any Cometti, para o g1 Espírito Santo
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