A médica do Samu Ananda Sampaio Rampinelli entrou nos escombros do prédio que desabou em Vila Velha, na manhã desta quinta-feira (21), para socorrer a adolescente Sabrina Morassuti Lima, de 15 anos, que estava presa sob uma laje do imóvel. A profissional de saúde passou por um buraco de cerca de 45 centímetros de diâmetro para levar oxigênio e medicamentos para a garota.
Ela havia sido localizada sob os escombros por volta de 15h45 e mantinha conversas com a equipe de resgate, mas a complexidade para retirá-la do local exigiu essa nova intervenção.
O tenente-coronel Wagner Borges, do Corpo de Bombeiros, contou que a médica ficou a cerca de um metro de distância da adolescente, mas teve acesso ao braço de Sabrina para aplicação da medicação. A localização também permitia que a garota fosse atendida com oxigênio.
"Há muita terra, muito entulho, muito peso. É um momento complexo do resgate, em que o limite entre a vida e a morte está muito perto. Temos que ter muito cuidado e cautela em todo o movimento", frisou.
A médica ficou cerca de 30 minutos nos escombros para os procedimentos necessários e deixou o local. Por volta das 20h40, Sabrina foi retirada dos escombros. Segundo as equipes, a menina já estava sem vida.
Na manhã desta sexta-feira (22), a médica intensivista do Samu detalhou os momentos e os procedimentos que ela e a equipe realizaram na tentativa de manter a adolescente com vida. Ananda chegou a ser pendurada de cabeça para baixo segurada pelos pés enquanto chegava com oxigênio e também medicações à garota soterrada.
Sabrina residia no prédio de três andares que desabou na Rua Antônio Roberto Feitosa, no bairro Cristóvão Colombo, na manhã desta quinta-feira, após uma grande explosão.
Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira os bombeiros e socorristas trabalham no resgate das quatro vítimas do desabamento.
Após muito esforço em meio aos escombros, os militares conseguiram localizar e retirar a primeira vítima. Exatamente às 12h15, a doceira Larissa Morassuti, que mora no segundo andar do edifício, foi resgatada com vida e consciente. No início da noite, a direção do Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas informou que ela havia sido atendida na sala de traumas, passou por exames e avaliação de especialistas e segue com o quadro clínico em observação.
Menos de duas horas depois, outra vítima foi resgatada. A segunda pessoa retirada do que restou do edifício era Camila Morassuti Cardoso, de 36 anos, irmã de Larissa. Após ser localizada, os socorristas intensificaram os esforços para retirá-la dos escombros, mas quando o resgate ocorreu a mulher já estava sem vida.
Além das duas irmãs, o pai delas, o idoso Eduardo Cardoso, de 68 anos, também estava no prédio que desmoronou após uma forte explosão ocorrer no térreo. De acordo com vizinhos e familiares, era justamente nesse local que ele estava na companhia da filha que morreu. Larissa, a sobrevivente resgatada, morava no andar de cima. O prédio tinha ainda um terceiro pavimento com três quitinetes, mas todas estavam desocupadas.
Ainda no térreo, a adolescente Sabrina estava na companhia da mãe (Camila) e do avô (Eduardo). Camila também é mãe de outra jovem, que não estava no prédio na hora do desabamento. O avô da menina foi a última vítima a ser encontrada já na madrugada desta sexta-feira (22). Ao todo, três pessoas morreram na tragédia e uma sobreviveu.
Na manhã desta sexta-feira (22), a médica que participou do resgate à adolescente deu detalhes do atendimento realizado no local do desabamento. A reportagem foi atualizada.
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