O corpo de Clarinha, paciente conhecida por esse nome após ficar internada e receber cuidados por 24 anos no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, tem data para ser sepultado. Ela morreu no dia 14 de março deste ano após uma broncoaspiração. Desde então, testes para reconhecimento de parentesco foram realizados, mas nenhum deles teve resultado positivo. A cerimônia de despedida será realizada na manhã da próxima terça-feira (14), no bairro Santa Lúcia, em Vitória. O sepultamento será no mesmo dia, no Cemitério de Maruípe. (Veja endereços abaixo)
O coronel Jorge Potratz, médico responsável por cuidar da paciente durante os anos de internação, explicou à reportagem de A Gazeta que a cerimônia e o sepultamento serão abertos ao público. O objetivo principal do médico era evitar que Clarinha fosse sepultada como indigente - ou seja, sem documentos. Em conversa com a reportagem, o profissional ressaltou a dignidade dada à Clarinha.
Quem acompanhou e se sensibilizou com a história, pode ir aos locais:
De acordo com a Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), foram realizados 12 exames de identificação após a morte de Clarinha. Famílias se apresentaram como possíveis parentes da paciente. No entanto, todos os testes tiveram resultado negativo.
Atropelada no dia 12 de junho de 2000, sem portar qualquer documento de identificação, o caso ganhou repercussão após uma reportagem do Fantástico, exibida no ano 2016, em que um jornalista do Paraná procurou o coronel Potratz para informar que conhecia uma família que poderia ser a da paciente.
Com a conclusão dos exames, a documentação para prosseguir com o sepultamento foi disponibilizada para o médico Jorge Potratz, que se apresentou como responsável pela paciente.
Procurado pela reportagem de A Gazeta, o Ministério Público do Espírito Santo informou que entrou com uma ação pedindo o registro tardio de nascimento de Clarinha e, a partir do pedido, obteve um retorno positivo da Justiça no dia 13 de março deste ano - um dia antes do falecimento da paciente. A ação teve início em setembro de 2022. O pedido foi avaliado como "procedente", permitindo que Clarinha tenha o registro. Ainda de acordo com o MPES, o coronel Jorge Potratz será o responsável pelo sepultamento de Clarinha.
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