Devota de Nossa Senhora da Penha há mais de 50 anos, Rosa Maioli, de 59 anos, tem um motivo a mais para agradecer: ela contou que está curada da Covid-19. Rosa ficou conhecida em abril deste ano, quando foi filmada na varanda de casa vestida como a santa para comemorar a Festa da Penha de 2020, que este ano aconteceu de forma on-line. Ela conversou com a reportagem de A Gazeta e contou como foram os momentos difíceis em que viveu com o coronavírus. Ela também falou do apego à fé, como forma de conseguir seguir forte até a recuperação.
Rosa é moradora de Campo Grande, em Cariacica, mas no início de maio resolveu ir passar a quarentena com o marido na casa que possui na região de Jequitibá, em Iconha, Sul do Estado. No local, ela recebeu a visita do irmão, que é caminhoneiro e estava chegando do Rio de Janeiro. Ela acredita que foi nesse contato que ela contraiu o vírus, já que o Estado carioca possui alto número de casos.
De acordo com Rosa, os primeiros sintomas foram tonteira e mal-estar, que ela definiu como "sensação de morte". Depois vieram fraqueza, espirros, nariz ressecado, tosse seca e dores no corpo. Foram cinco dias nessa situação até que ela fosse para o apartamento de Cariacica e procurasse um médico, em Vitória. Rosa recebeu medicamentos, fez exames e o teste para Covid-19. Depois, foi para casa, onde permaneceu em quarentena.
"Tenho um grupo amigas que se reúne sempre, inclusive para rezar o terço. Algumas delas queriam que eu fosse em uma das reuniões, que o meu teste ia dar negativo, mas não fui. Se eu fosse, uma hora dessa seriam muito mais infectados. Também liguei para os amigos de Iconha e avisei que poderia estar com Covid-19. Para pedir cuidado aos que tiveram contato comigo", lembra.
Preocupada, Rosa conta que pressionou o hospital e, no dia 26 de maio, recebeu o resultado positivo do exame. Ela conta que a primeira reação que teve foi de desespero e medo. Depois, investiu na fé como forma de seguir na recuperação.
Ela acredita que provavelmente o marido também tenha sido infectado, mas não apresentou sintomas. Mesmo assim, o casal decidiu passar a quarentena em quartos separados. Nesse tempo, ela conta que sentiu muitas dores no corpo, náuseas, diarreia, queimação nos olhos e dor de cabeça.
"Cada dia era um sintoma. Quando peguei o exame, fiquei fora de mim, falei: 'agora acabou'. O mais difícil foi contar para a minha filha que mora fora do país e estava muito preocupada. Mas aí você vê pessoas curadas e dá mais alívio, vontade de se curar também. Contei muito com a ajuda da minha filha do coração, que mora aqui. Por isso que peço caridade, um tem que cuidar do outro. Uma hora o vírus pode chegar, e isso é muito sério, ele vai evoluindo no corpo de forma gradual, é uma dor, uma sensação ruim. Tem que se apegar na fé e na ajuda do próximo", conta.
E para a devota, a fé foi um dos principais estímulos para que ela se recuperasse do vírus. Durante o tratamento, que incluiu medicamentos e muitas orações, ela conta que a cada dia foi se sentindo melhor até chegar ao momento da cura.
"Da mesma forma que a doença avançou de forma gradual, ela foi embora também. Ainda tenho um pouco de tosse, mas é uma alegria grande no coração poder levantar. Falei com a médica, que me liga todos os dias, e ela disse que estou curada. Mas que ainda assim, devo ficar em isolamento por mais oito dias. Tenho certeza que a fé me curou. Fica a sensação de vida e alegria", comemora.
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