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Devota que se vestiu de Nossa Senhora da Penha vence a Covid-19 no ES

Devota que se vestiu de Nossa Senhora da Penha vence a Covid-19 no ES

Rosa ficou conhecida em abril deste ano, quando foi filmada na varanda de casa vestida como a santa para comemorar a Festa da Penha de 2020

Publicado em 8 de junho de 2020 às 12:07

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Devota de Nossa Senhora da Penha há mais de 50 anos, Rosa Maioli agradece por estar curada da Covid-19
Devota de Nossa Senhora da Penha há mais de 50 anos, Rosa Maioli agradece por estar curada da Covid-19. (Acervo Pessoal)

Devota de Nossa Senhora da Penha há mais de 50 anos, Rosa Maioli, de 59 anos, tem um motivo a mais para agradecer: ela contou que está curada da Covid-19. Rosa ficou conhecida em abril deste ano, quando foi filmada na varanda de casa vestida como a santa para comemorar a Festa da Penha de 2020, que este ano aconteceu de forma on-line. Ela conversou com a reportagem de A Gazeta e contou como foram os momentos difíceis em que viveu com o coronavírus. Ela também falou do apego à fé, como forma de conseguir seguir forte até a recuperação. 

A POSSÍVEL CONTAMINAÇÃO EM UM ABRAÇO

Rosa é moradora de Campo Grande, em Cariacica, mas no início de maio resolveu ir passar a quarentena com o marido na casa que possui na região de Jequitibá, em Iconha, Sul do Estado.  No local, ela recebeu a visita do irmão, que é caminhoneiro e estava chegando do Rio de Janeiro. Ela acredita que foi nesse contato que ela contraiu o vírus, já que o Estado carioca possui alto número de casos. 

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Meu irmão foi para minha casa e, na hora da missa, acabamos nos abraçando. Meu marido chegou a esboçar uma preocupação com o abraço, mas na hora do 'abraço da paz' acabei não pensando. Cinco dias depois, eu comecei a apresentar os primeiros sintomas, que logo evoluíram para que eu ficasse muito mal. Meu irmão teve sintomas mais leves, mas dias depois testou positivo para a Covid-19. Então acredito que a contaminação tenha sido mesmo nesse nosso encontro, entre os dias 9 e 10 de maio

Rosa Maioli
Executiva de contas
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SINTOMAS: "SENSAÇÃO DE QUASE MORTE"

De acordo com Rosa, os primeiros sintomas foram tonteira e mal-estar, que ela definiu como "sensação de morte". Depois vieram  fraqueza, espirros, nariz ressecado, tosse seca e dores no corpo. Foram cinco dias nessa situação até que ela fosse para o apartamento de Cariacica e procurasse um médico, em Vitória. Rosa recebeu medicamentos, fez exames e o teste para Covid-19. Depois, foi para casa, onde permaneceu em quarentena.

Rosa Maioli procurou um hospital após 5 dias de sintomas
Rosa Maioli procurou um hospital após 5 dias de sintomas. (Acervo Pessoal)

"Tenho um grupo amigas que se reúne sempre, inclusive para rezar o terço. Algumas delas queriam que eu fosse em uma das reuniões, que o meu teste ia dar negativo, mas não fui. Se eu fosse, uma hora dessa seriam muito mais infectados. Também liguei para os amigos de Iconha e avisei que poderia estar com Covid-19. Para pedir cuidado aos que tiveram contato comigo", lembra. 

O RESULTADO POSITIVO: "PERDI O CHÃO"

Preocupada, Rosa conta que pressionou o hospital e, no dia 26 de maio, recebeu o resultado positivo do exame. Ela conta que a primeira reação que teve foi de desespero e medo. Depois, investiu na fé como forma de seguir na recuperação. 

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Quando recebi o resultado, perdi o chão, não sabia o que fazer. Meu marido ficou transtornado, andando de um lado pra outro, a sensação era que eu iria morrer. Mas depois que passou o desespero inicial, pensei: 'e agora, qual o o primeiro passo?' Aqui em casa somos muito católicos, sou muito devota de Nossa Senhora, a vida inteira estive na igreja. Quando começou a pandemia, montei um altar na minha casa para colocar o nome das pessoas contaminadas. Ao receber meu resultado, coloquei meu nome também

Rosa Maioli
Executiva de contas
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Ela acredita que provavelmente o marido também tenha sido infectado, mas não apresentou sintomas. Mesmo assim, o casal decidiu passar a quarentena em quartos separados. Nesse tempo, ela conta que sentiu muitas dores no corpo, náuseas, diarreia, queimação nos olhos e dor de cabeça. 

"Cada dia era um sintoma. Quando peguei o exame, fiquei fora de mim, falei: 'agora acabou'. O mais difícil foi contar para a minha filha que mora fora do país e estava muito preocupada. Mas aí você vê pessoas curadas e dá mais alívio, vontade de se curar também. Contei muito com a ajuda da minha filha do coração, que mora aqui. Por isso que peço caridade, um tem que cuidar do outro. Uma hora o vírus pode chegar, e isso é muito sério, ele vai evoluindo no corpo de forma gradual, é uma dor, uma sensação ruim. Tem que se apegar na fé e na ajuda do próximo", conta. 

A RECUPERAÇÃO POR MEIO DA FÉ

Devota se emociona ao prestar homenagem à Padroeira
Rosa, que ficou conhecida ao prestar homenagem à padroeira do Estado, agora só quer agradecer. (Reprodução)

E para a devota, a fé foi um dos principais estímulos para que ela se recuperasse do vírus. Durante o tratamento, que incluiu medicamentos e muitas orações, ela conta que a cada dia foi se sentindo melhor até chegar ao momento da cura.

"Da mesma forma que a doença avançou de forma gradual, ela foi embora também. Ainda tenho um pouco de tosse, mas é uma alegria grande no coração poder levantar. Falei com a médica, que me liga todos os dias, e ela disse que estou curada. Mas que ainda assim, devo ficar em isolamento por mais oito dias. Tenho certeza que a fé me curou. Fica a sensação de vida e alegria", comemora. 

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