O dia 12 de outubro marca a celebração em homenagem à santa cuja imagem “apareceu” no rio Paraíba do Sul, em São Paulo, em 1717. De lá para cá, a devoção a Nossa Senhora Aparecida cresceu a ponto de levar a Virgem Maria a ser proclamada "Padroeira do Brasil", em 1930. Tantos anos depois, milhares de brasileiros hoje rogam suas preces à santa, a quem dedicam toda a fé e pedidos de milagres em todo o país, inclusive no Espírito Santo.
Quem já recorreu à padroeira e teve os pedidos atendidos foram Lady, Rosemary. A costureira e a vendedora de água de coco não se conhecem, mas compartilham "bênçãos" que receberam de Nossa Senhora Aparecida.
Lady Cavalieri tem 82 anos e pediu à Nossa Senhora que intercedesse pelo filho Elcio quando ainda era bebê. Ela disse ter percebido que ele não escutava porque não respondia bem aos estímulos de voz da mãe.
A costureira diz ter apelado à santa para que Elcio escutasse e falasse bem para ter uma vida normal como os outros filhos. Para que o pedido fosse atendido, prometeu levá-lo ao Santuário, em Aparecida, no interior de São Paulo — o que só conseguiu fazer quando ele tinha 25 anos.
Hoje, Elcio tem 57 anos e é serralheiro. Usa aparelho auditivo e teve que ter acompanhamento para desenvolver a fala quando era pequeno, mas se comunica bem. Ele, a mãe e o restante da família atribuem o milagre à santa de pele negra e manto azul.
Rosemary Ferreira, de 59 anos, trabalha vendendo água de coco na praia de Camburi há 18 anos. Antes de vir para Vitória, morava em São Paulo e tinha o desejo de ser mãe pela segunda vez. Porém, aos 35 anos, por causa de um cisto no ovário e uma menopausa precoce, não conseguia engravidar.
Rosemary decidiu, então, pedir intercessão a Nossa Senhora. Pouco tempo depois, ela conseguiu ficar grávida. A gestação, porém, foi de risco. Mesmo assim, a fé acompanhou a vendedora durante oito meses. Quando o filho nasceu sem conseguir respirar, num parto com complicações, recorreu de novo à padroeira.
"Pedia a ela que meu filho respirasse e ficasse bem, que eu colocaria o nome de Aparecido nele", conta Rosemary. Em 24 horas, ela e Newton Aparecido saíram do hospital. Também para agradecer, prometeu levar o filho ao Santuário em Aparecida, quando ele completasse um ano de idade.
Agora aos 24 anos, Newton diz gostar do nome e entender o significado para a mãe. "Nunca estranhei. Sempre ouvi muita brincadeira do tipo 'é você que estava sumido?' ou 'apareceu'. Mas isso nunca me incomodou, sempre gostei. Desde cedo, sempre entendi o significado do nome. Acho que é um orgulho", afirma.
Outra pessoa que tem devoção à Padroeira do Brasil é Maria Aparecida Costa, de 65 anos. Recebeu o nome da santa por causa da mãe, que também é devota, mas afirma que o amor que sente vai para além do registro de batismo. Mesmo não tendo nenhum milagre grandioso em sua história, ela diz sentir a ação de Nossa Senhora Aparecida no seu dia a dia.
A mais recente foi na manhã da última segunda-feira (10), quando o sobrinho, para quem pedia um emprego, foi contratado de carteira assinada. "Para quem acredita, como sempre acreditei, foi uma resposta às minhas orações", destaca.
Da mesma forma que Lady, Rosemary e Maria Aparecida, muitos fiéis continuam professando o amor a Nossa Senhora levando-a em acessórios, amuletos, máscaras de pano ou mesmo no coração — sem qualquer imagem física. Seja pedindo ou apenas agradecendo, é a fé nos milagres, dos mais simples aos mais grandiosos, que faz os devotos se dedicarem no amor à padroeira.
Beatriz Heleodoro é aluna do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo teve a supervisão do editor Weber Caldas.
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