A Covid-19, doença que já atingiu 9 milhões pessoas e provocou a morte de mais de 400 mil pacientes em todo o mundo, ainda é sinônimo de incertezas para cientistas e profissionais de saúde que trabalham na linha de frente do enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Desde o seu surgimento na China em dezembro do ano passado, diversos tratamentos têm sido testados.
Cloroquina, remdesivir ou dexametasona? Para indicar quais remédios estão funcionando no Brasil, A Gazeta conversou com médicos que acompanham as pesquisas e atendem pacientes no Espírito Santo. Todos foram categóricos ao ressaltar que ainda não há vacina ou medicamento específicos para tratar a doença. Por isso, qualquer medicação deve ser acompanhada da prescrição de um profissional de saúde.
Os especialistas explicam que os pacientes com quadro clínico grave podem ser medicados com corticóides, anticoagulantes e antibióticos. A infectologista Rúbia Miossi destaca que um dos corticóides utilizados é a dexametasona. O remédio serve para controlar o quadro inflamatório grave do pulmão que aparece entre o sétimo e o décimo dia da presença da doença no organismo.
O médico infectologista e doutor em Medicina Tropical, Ricardo Tristão, pontua que a aplicação dos medicamentos vai variar de acordo com o quadro clínico de cada paciente. Além da dexametasona, ele informa que o corticóide metilprednisolona também tem sido recomendado. Já na classe dos anticoagulantes, os mais comuns são a heparina e enoxaparina.
É importante um alerta: as pessoas não podem ir às farmácias comprar esses remédios. É muito perigoso um paciente se automedicar porque ao invés de se beneficiar, ele pode se prejudicar. Esses medicamentos exigem uma uma dose adequada e são usados dentro do hospital. Quando a gente interna um paciente, avalia vários parâmetros antes de decidir qual medicamento será usado, reforçou.
Se durante a avaliação, for identificado um quadro de infecção bacteriana no pulmão, os médicos também podem receitar o uso de antibióticos. Assim como Rúbia Miossi, Tristão declara que ainda não há evidências que atestem a eficácia de drogas como ivermectina e cloroquina. Segundo ele, os estudos científicos disponibilizados até o momento mostraram que os testes realizados em humanos não tiveram resultados tão satisfatórios quanto aos feitos em laboratório.
Se por um lado a ciência ainda não identificou um medicamento completamente eficaz no tratamento da Covid-19, os pesquisadores estão otimistas quanto à produção de uma vacina contra o coronavírus. Na terça-feira (23), o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse que o governo deve assinar um acordo para produzir no Brasil a vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela biofarmacêutica AstraZeneca.
No início deste mês, o Brasil foi anunciado como um dos países escolhidos para testar a eficácia da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford contra a Covid-19; 2.000 pessoas devem participar dos testes, que se iniciaram no último fim de semana. Em São Paulo, os testes serão conduzidos pela Unifesp. Outros participantes serão do Rio de Janeiro.
Já o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse estar muito otimista com a possibilidade de que o governo do Estado de São Paulo tenha, até o fim deste ano, uma vacina contra o novo coronavírus. No último dia 11, o governador do Estado, João Doria (PSDB), anunciou uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac para a produção de um antígeno.
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