O governo do Estado vai oferecer cursos técnicos de graça em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Espírito Santo (Senai-ES) em dez escolas estaduais a partir de 2021. O programa de qualificação é uma das iniciativas que fazem parte do Plano Espírito Santo - Convivência Consciente e prevê a criação de 100 mil empregos nos próximos anos.
O Senai vai montar dentro de cada escola toda a estrutura, disponibilizar corpo docente e preparar os professores estaduais. Já o modelo de matrícula ficará a cargo da Secretaria de Estado da Educação (Sedu). A expectativa é de que sejam oferecidas na rede pública de ensino, inicialmente, entre 350 e 400 vagas em três cursos: mecânica, eletromecânica e eletroeletrônica.
O projeto piloto de treinamentos será implantado em dez municípios capixabas. A lista das escolas ainda não foi informada, assim que for divulgada, a matéria será atualizada.
De acordo com a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, a parceria vai operar no modelo do novo ensino médio (que vai funcionar integrado com o técnico). Segundo ela, a rede Sesi/Senai é pioneira na oferta desse modelo, e a adoção desse novo ensino permitirá que o jovem opte por uma formação profissional e técnica dentro da carga horária do ensino médio regular.
O governador do Estado, Renato Casagrande, lançou nesta quinta-feira (26) o Plano Espírito Santo, que trará investimentos do poder público e da iniciativa privada que superam R$ 32 bilhões. Os empregos estão previstos em projetos que devem ter obras iniciadas até 2022.
Há um ponto de atenção, que considero importante mencionar, que é o risco de apagão de mão de obra e que ameaça a produtividade de todo o país. O Senai realiza um trabalho relevante para qualificar os profissionais para o mercado. Essas qualificações estão conectadas com as necessidades das indústrias e com as habilidades necessárias para o futuro do trabalho, destacou a executiva durante o evento.
Cris destaca que a capacitação profissional é um elo importante para o plano desenvolvimento industrial do Estado. Esse eixo está alinhado ao projeto do Sesi/Senai de dar escala a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes. Estamos pilotando uma parceria com o governo do Estado e o objetivo é operar no novo modelo do ensino médio. Os cursos serão oferecidos de forma gratuita, ressaltou.
O diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Espírito Santo (Senai-ES), Mateus de Freitas, lembra que os cursos que serão oferecidos nas escolas estaduais, em parceria com a instituição, são altamente demandados por qualquer setor industrial do Estado.
Segundo ele, a disponibilidade das unidades escolares que vão oferecer as qualificações serão definidas pela Sedu. Também ficará a cargo do órgão o processo de inscrições dos alunos interessados.
Setores como o de alimentação, mineração, metalmecânica, rochas e confecção demandam técnicos em mecânica, eletromecânica e eletroeletrônica. Todas as indústrias precisam deste perfil de profissional e o estudante com esta formação só aumenta a empregabilidade dele. Tínhamos uma expectativa de que o retorno da indústria seria um pouco mais lenta, mas está acelerado. Com isso, a empresas precisam contratar com empregados capacitados, ressalta Freitas.
O diretor destaca que a cada 100 alunos que se formam no Senai, 76 são inseridos no mercado de trabalho. E para confirmar os atrativos de uma formação técnica, ele reforça que um técnico em Mecânica pode chegar a ganhar, em média, R$ 4.500 mensais.
Freitas lembra que, somente o Senai, tem a capacidade de formação de 15 mil alunos todos os anos, o que ainda é pouco em relação à necessidade da indústria, que hoje conta com cerca de 200 mil trabalhadores.
Por isso essa parceria com o governo do Estado é tão importante do ponto de vista estratégico para possibilitar um ganho de escala na formação técnica. Inicialmente, será feito um piloto em dez escolas estaduais. O Senai vai para dentro dos colégios, leva a estrutura, o corpo docente e ainda vai preparar os professores estaduais. A expectativa é de que ao longo dos anos essa oferta de vagas seja ampliada, afirma.
Freitas acrescenta que a falta de mão de obra qualificada impacta na produtividade. "Se o governo quer que a indústria cresça, precisa investir na qualificação da mão de obra. Além de conseguir um emprego, esse aluno pode, também, empreender, mantendo a empregabilidade dele como prestador de serviços, afirma.
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