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Dia chuvoso: Saiba como dirigir com segurança quando tem água na pista

Dia chuvoso: Saiba como dirigir com segurança quando tem água na pista

Entre os problemas que o condutor pode encarar durante o período chuvoso estão perda de visibilidade, alagamentos e queda de barrancos e rochas

Publicado em 1 de novembro de 2020 às 09:10

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Ensaio fotográfico utilizando como primeiro plano as gotas de água da chuva no vidro do carro - Avenida Beira Mar, em Vitória, ES
Visibilidade no trânsito é dificultada quando há muita chuva. (Fernando Madeira)

Se a atenção no trânsito deve ser constante para evitar acidentes, quando há chuva, os motoristas precisam redobrá-la. Entre os problemas que o condutor pode encarar durante o período chuvoso estão perda de visibilidade, vias escorregadias, alagamentos e queda de barrancos e rochas. Cada um, no entanto, exige um cuidado específico, que deve ser avaliado de acordo com a situação dos carros e das estradas.

A principal orientação, segundo o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Valdo Lemos, é manter-se atento à sinalização e respeitar a velocidade das vias. Medidas que devem ser seguidas para manter a segurança dos passageiros por todos os motoristas, independente das condições climáticas, reforça o policial. 

"O bom condutor é aquele que obedece a sinalização, especialmente quando a pista está molhada. Deve-se observar tanto a sinalização horizontal (que está pintada no asfalto) quanto a vertical (que diz respeito às placas no meio da estrada). E isso não é uma dica, é uma obrigação que todos deveriam cumprir", ressalta Lemos.

Um dos perigos a ser evitado é a aquaplanagem, ou seja, quando os pneus perdem a capacidade de drenar a água da pista e deixam de tocar o solo. Nessa situação, o condutor não deve tentar frear o carro. É preciso, segundo o inspetor, manter a calma e esperar que o carro entre em contato sozinho com o asfalto.

"Parece que o carro está desgovernado, mas, com paciência, ele volta ao estado normal. Normalmente, o que ocasiona os acidentes são os atos bruscos do condutor, que acaba ficando nervoso. Apenas segure forte o volante, tente manter a calma e tire os pés do freio. Em poucos segundos ele ficará sob o seu comando de novo", recomenda.

Também não é recomendado frear quando um veículo na pista jogar água no para-brisa. "De novo, tente apenas segurar forte ao volante e espere que o limpador tire aquele excesso de água da sua visão", aconselha Lemos.

PROBLEMAS NO MEIO DO CAMINHO

Como a visibilidade da estrada diminui, ainda há o risco de buracos não serem vistos pelo condutor se eles estiverem cobertos de água. Assim, quando o motorista estiver em importantes vias ou até transitando dentro do próprio bairro, precisa reduzir a velocidade para não perder a condução nesses lugares.

Essa dica também vale para estradas onde há muita lama ou barro, ocasionadas pela queda de barrancos. Ao se deparar com os deslizamentos de terra, deve-se observar se é possível, ou não, seguir o caminho. Em caso afirmativo, o inspetor afirma que o motorista pode tentar a ultrapassagem, mas tomando todos os devidos cuidados, como o de não invadir a contramão.

 "Na BR-262, temos também a questão das rochas, que acabam rolando e caindo. Algumas tomam metade da pista, mas outras são menores. Se o indivíduo quiser ultrapassá-la, é necessário ter uma velocidade compatível para não ser surpreendido com novas pedras que podem cair ou já estão mais adiante", comenta.

Mas se o destino da viagem já estiver alagado, o ideal é tentar chegar até ele por uma via alternativa ou adiar a ida enquanto a situação não se normaliza. Se a correnteza estiver muito forte, o inspetor sugere que o motorista mantenha as janelas abertas, mesmo que a chuva entre no interior do carro.

"Nos alagamentos, você vira o passageiro dentro do seu próprio veículo, porque é a água quem vai te levar. Uma dica para não acontecer nada grave é transitar com o vidro da janela aberto, mesmo que molhe nas poltronas. Pois o carro pode morrer e o sistema elétrico entrar em pane, então você não conseguirá abrir a porta. A água ficará exercendo uma força ao contrário ali e as pessoas acabam presas", explica Lemos.

PARTE TÉCNICA

A manutenção do veículo é um outro ponto a ser observado. O atrito de um pneu careca com o asfalto, por exemplo, pode fazer com que o veículo perca o controle, invada a contramão ou saia das margens da rodovia, onde normalmente ficam os barrancos e as árvores. Por isso, pode provocar graves acidentes.

Lemos recomenda, portanto, que se faça uma revisão frequente dos pneus, freios, limpadores de para-brisas e faróis. Toda a parte elétrica do carro também deve passar por vistoria, para evitar que o carro sofra panes.

Embora seja um instrumento importante no dia a dia, o pisca-alerta também deve ser evitado em dias chuvosos. Isso porque pode gerar confusão nos demais motoristas, que logo imaginam que o carro da frente está parado. Essa situação ainda pode se agravar caso haja neblina na estrada, aumentando o risco de colisão traseira.

O pisca-alerta deve ser usado apenas quando houver necessidade de parar o carro no meio da rua, seja por algum defeito ou para esperar a chuva passar, ou para dar passagem a outros veículos e pedestres.

Para informações sobre ocorrências nas rodovias federais como, por exemplo, crimes, acidentes ou irregularidades, o inspetor instruir que as pessoas liguem no telefone 191. O serviço também atende à população que tenha presenciado a queda de algum barranco ou de pedras pelas estrada, indo até o local para fazer a retirada.

Confira as principais dicas para dirigir em períodos chuvosos:

  • Obedecer o limite de velocidade da via;
  • Manter os equipamentos em bom estado (pneus, limpador de para-brisas, faróis etc);
  • Não ligar o pisca-alerta enquanto o carro estiver em movimento;
  • Em caso de aquaplanagem, segurar firme no volante, não frear o veículo e tentar manter a calma;
  • Evitar frear bruscamente também quando o carro ao lado passa em um poça e joga água no para-brisa
  • Se for passar por um alagamento, abra o vidro, para evitar ficar preso dentro do casso se ocorrer uma pane elétrica

(*) Maria Fernanda Conti é aluna do 23° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, sob supervisão da editora Joyce Meriguetti.

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