Durante a infância, nos anos 1960, Rita de Cássia Oliveira vislumbrava apenas dois caminhos: trabalhar na lavoura ou ser empregada doméstica. Era esse o destino da maioria das mulheres em Campos dos Goytacazes, município do interior do Rio de Janeiro onde vivia. Mas ela traçou para si outra direção. Movida pelo gosto pela leitura e pelo prazer de ensinar, formou-se como professora de História. Recém-aposentada, após 42 anos em sala de aula, ela agora vê a filha, Fernanda Maria Oliveira, vencer a timidez e seguir os seus passos.
Neste 15 de outubro, Dia do Professor, mãe e filha mostram que a paixão por ensinar pode estar no sangue e atravessar gerações.
“Fernanda quis ser professora e dei todo o apoio para ela. Fui muito feliz dando aula e vejo essa mesma felicidade nela”, conta Rita, de 62 anos.
A paixão por lecionar, porém, não passou de forma automática para Fernanda. Apesar de ter a mãe como referência, de ter sido aluna dela e de gostar de estudar, ela não se imaginava como professora. O motivo: a timidez. Por isso, de início, optou por fazer outro curso superior e começou a estudar Arquivologia.
“Durante a graduação, tive contato com matérias de História e meus colegas de turma disseram que eu deveria ser professora. Então, quando me formei, fui fazer uma segunda graduação, desta vez em História", conta Fernanda, de 31 anos.
Professora no Colégio Ceic, em Vila Velha, ela se orgulha por poder contribuir para a formação de crianças e adolescentes e, consequentemente, para o futuro do país.
Da mesma forma que a filha, Rita de Cássia se sente realizada por cada um dos alunos para os quais deu aula ao longo de mais de quatro décadas no magistério.
No Dia do Professor, Fernanda dá um conselho para quem deseja seguir a profissão: “Tenha sempre sabedoria e não desanime diante das dificuldades. Ainda que não seja uma tarefa fácil, haverá sempre alunos que farão valer a pena."
Outro caso de paixão em família pela Educação é visível entre Jonny Scaramella Junior e os filhos Jonny Scaramella Neto e Ohana Mery Scaramella. O pai foi professor na área técnica de Administração e Economia, enquanto os filhos seguem a profissão em Educação Física.
"Sempre vi meu pai em sala de aula. Tenho ele como exemplo. É um dos motivos que me incentiva ainda mais a querer fazer a diferença dentro da minha área", comenta Jonny Neto, de 39 anos.
O pai, por sua vez, diz que sempre teve a necessidade de colocar a experiência de vida em prol daqueles que buscam uma qualificação no mercado de trabalho. E, mesmo como professor, também gosta de aprender junto dos alunos, se mantendo atualizado. "Meu maior desafio foi motivar aqueles alunos que entravam no curso desmotivados", lembra.
Motivado pelas lições que aprendeu com o pai, Jonny Neto aponta um caminho para quem deseja ser professor.
O Dia do Professor foi uma data criada em referência ao imperador D. Pedro I que, em 15 de outubro de 1827, publicou uma lei para o desenvolvimento da Educação no Brasil, como a instalação de escolas em todas as cidades. Porém, apenas mais de um século depois, a data foi adotada para celebrar a profissão.
Em 1947, o professor paulista Salomão Becker, em conjunto com três outros profissionais da área, teve a ideia de tornar a data um momento de confraternização em homenagem aos professores. O dia foi definido ao considerar a necessidade de uma pausa no segundo semestre, até então muito sobrecarregado de aulas.
Em 1963, a data foi oficializada pelo decreto federal 52.682, que, em seu artigo 3º, diz que “para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”. O responsável por aprovar esse decreto foi o presidente João Goulart.
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