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Dia Mundial sem tabaco: saiba onde ter ajuda de graça para parar de fumar

Dia Mundial sem tabaco: saiba onde ter ajuda de graça para parar de fumar

Segundo a OMS, mais de 8 milhões de pessoas morrem no mundo por causa do tabagismo, sendo que 1 milhão são fumantes passivos

Publicado em 31 de maio de 2022 às 10:13

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Cada dia, um novo desafio para vencer o vício. Com medo de desenvolver doenças graves, a dona de casa Gleice de Jesus dos Santos, de 38 anos, há sete meses decidiu que era hora de parar de fumar. “Eu vi parentes meus, por causa do vício, tendo problemas de saúde, câncer e indo a óbito. Eu não quero isso pra mim”, disse. Desde então, não colocou mais nenhum cigarro na boca.

O tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas pelo mundo todos os anos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desse número, 1 milhão são de pessoas que não fumam. Na verdade, elas são fumantes passivas. Desde 1987, o dia 31 de maio ficou marcado por ser o “Dia Mundial sem Tabaco”, uma data criada pela agência especializada em saúde para relembrar ao planeta o impacto que a droga pode ter na vida das pessoas.

No caso de Gleice, fumar para ela parecia ser uma necessidade diante de um quadro de ansiedade. “Eu não gostava do cheiro, do gosto, mas fumava de ansiedade. Era ansiedade que fazia eu fumar. Eu fumava muito. Parava na cozinha, botava um café na garrafa, conversava no telefone (como estou falando agora com você), e ia um cigarro atrás do outro. Eram dois maços por dia. Quando bebia (bebida alcoólica), chegava a ser três”, relatou.

A dona de casa contou que fumou pela primeira vez aos 14 anos, mas desenvolveu o vício depois de casar e o manteve por cerca de 10 anos. Ela conseguiu parar por quatro anos, mas teve uma recaída e voltou a fumar há quatro anos.

Antes e depois: Gleice quando fumava e depois quando se livrou do tabagismo
Antes e depois: Gleice quando fumava e depois quando se livrou do tabagismo. (Arquivo Pessoal)

Em outubro de 2021, após desenvolver uma tosse que considerou ‘esquisita’, resolveu procurar ajuda. Ela fazia também um tratamento para emagrecimento. Em meio ao tratamento, pensou em unir o útil ao agradável. “Eu tenho acompanhamento, mas não quis mais tomar medicamentos. Consegui colocar na minha cabeça que não quero mais e tenho ido adiante. Cada dia é um processo”, contou.

Aspas de citação

O cigarro é um veneno que me prejudicou muito. Eu sei que isso não nasceu comigo e não aceito isso na minha vida mais. E parei de beber também, desde então

Gleice de Jesus dos Santos
Dona de casa
Aspas de citação

O que ajuda ela diariamente, contra a ansiedade, é ver séries e praticar atividades físicas. “Aquela ansiedade, eu troquei para outro lado. Faço atividade, vou na academia, assisto séries. A minha mente foca outro lugar”, disse a dona de casa.

TRATAMENTOS ESPECÍFICOS

Mulher segurando um cigarro
Mulher segurando um cigarro. (shutterstock)

Especialista em cuidados paliativos, a médica Nathalia Duarte, da equipe de medicina preventiva da Samp, explica que cada paciente tem um tratamento específico. “Cada paciente precisa de um tratamento específico. A nicotina estimula a liberação de hormônios que dão prazer e o organismo sente prazer. O tratamento é para contornar essa situação”, relatou a médica.

O tratamento, normalmente, deve passar pelo acolhimento de equipes de enfermagem, avaliação médica, acompanhamento com pneumologista e psicólogo.

Entre os medicamentos disponíveis, há o uso de adesivos à base de nicotina e também de ansiolíticos. “Quando a pessoa tem essa noção da importância de parar, ela vai parar hoje. É importante saber que quem quer parar precisa de ajuda. Tem que perseverar”, reforçou Nathalia.

Gleice é um exemplo de uma pessoa que teve recaída no cigarro. Segundo a especialista isso não quer dizer que o tratamento não deu certo.

“Infelizmente existem casos de recaídas, e o acompanhamento faz a diferença. Não quer dizer que não teve sucesso no tratamento. O acolhimento é para fortalecer a questão psicológica, é preciso entender o que está associado ao hábito. Diante disso, se mostra a importância de cessar o tabagismo devido aos riscos de adoecer”, explicou.

O cigarro causa doenças respiratórias, como enfisema pulmonar e câncer no pulmão, também doenças cardiovasculares, como infarto. O acidente vascular cerebral (AVC) é outro exemplo. Diversos tipos de câncer são ocasionados pelo fumo.

TRATAMENTO NOS MUNICÍPIOS

Prefeituras da Grande Vitória e do interior do Estado, em ColatinaCachoeiro de Itapemirim e Linhares, vão realizar ações nesta terça-feira (31) para a conscientização do fumante. Elas oferecem também apoio e tratamento a quem deseja encerrar o vício a partir de grupos de combate ao tabagismo, que fazem reuniões. Os atendimentos acontecem inicialmente em unidades básicas de saúde (UBS).

Há a possibilidade de ter acompanhamento médico, com especialistas de diferentes áreas, como dentistas, psicólogos, entre outros. Há também a disponibilidade de medicamentos. Confira:

Vitória

Vila Velha

Cariacica

Serra

Viana

Colatina

Linhares

Cachoeiro de Itapemirim

SEM CIGARRO, MAIS TEMPO DE VIDA

Há pesquisas que mostram o benefício de parar a curto e longo prazo. “É claro que, num cenário ideal, é melhor não começar a fumar, até porque sabemos das dificuldades para abandonar um vício já instalado, mas as pesquisas indicam que há benefícios imediatos em deixar o cigarro. Além deles, o tempo de vida aumenta proporcionalmente o quão antes alguém abre mão do cigarro”, afirmou a médica pneumologista da MedSenior Lívia Marques da Silva Gama.

Em pesquisa, segundo a médica cardiologista Jaqueline Issa, quem para de fumar aos 30 anos ganha quase 10 anos em expectativa de vida. Aos 40, seriam nove anos a mais. Aos 50, seis anos e, aos 60, três anos.

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