Para ajudar a filha, diagnosticada com aplasia medular em 2009, o motorista de aplicativo Ednilson Francisco Medeiros, de 53 anos, passou a doar sangue regularmente no Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), em Vitória, há 12 anos.
Após um ano de tratamento, a garota Vitória, com 13 anos, não resistiu à doença e faleceu no dia 24 de janeiro de 2010. Mesmo assim, o pai dela manteve o gesto"para ajudar outras crianças e em homenagem à filha", conforme ele mesmo disse.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ednilson fez 62 contribuições entre sangue total e plaquetas em 12 anos. Com a iniciativa, já ajudou a salvar 248 vidas.
Morador de Balneário de Carapebus, na Serra, o motorista contou que o processo de análise do sangue até a retirada dura, em média, duas horas. O procedimento é realizado no Hemoes, localizado no bairro Maruípe, em Vitória, geralmente, a cada 30 dias.
"Quero convidar mais pessoas a doar. Falamos muito sobre empatia, carinho e amor, mas o que estamos entregando? Se ninguém tomar a iniciativa, pessoas podem morrer por ignorância, porque ninguém agiu para fazer diferente. Faço isso por amor", revelou.
A diretora geral do Hemoes, Marcela Murad, explicou que cada bolsa de sangue é dividida em até quatro componentes que são o concentrado de hemácias, plaquetas, plasma fresco congelado e crioprecipitado. O volume de sangue total varia de 350 a 470 ml.
Segundo ela, a maior demanda é por plaquetas. O material coletado pode ser usado em pacientes que tratam doenças crônicas, pessoas que sofreram algum tipo de acidente, como o de trânsito, ou que necessitam ser submetidas a alguma cirurgia.
"Uma pessoa pode receber os quatro hemocomponentes ou necessitar de apenas um. Neste caso, os outros são destinados a outras pessoas. Isso depende da avaliação do médico que está prescrevendo a transfusão para o paciente", disse Murad.
O mês de junho é marcado pela campanha nacional ‘Junho Vermelho’, que tem como objetivo conscientizar e incentivar a população sobre a importância de ser um doador de sangue. O período é considerado o de maior escassez de estoque de sangue no Brasil.
Segundo a diretora do Hemoes, Marcela Murad, a baixa de doações, já conhecida pelo fato de junho ser um mês frio, a pandemia do novo coronavírus também prejudicou o número de doações nas unidades de coleta e afetou o banco de bolsas estadual.
Antes de efetivamente doar sangue, os voluntários passam por uma triagem para avaliar sua condição de saúde e verificar se estão aptos a realizar a doação. Quem tem entre 16 e 69 anos pode se candidatar como voluntário.
Sobre os idosos, somente é permitido doar quem tiver feito a primeira doação até os 60 anos. Já os menores de 18 anos precisam de autorização de um responsável legal.
O interessado deve ir até uma unidade do Hemoes, apresentar um documento oficial com foto e responder a um questionário. Caso tenha almoçado, deve aguardar três horas após a refeição para fazer a doação.
Neste período de pandemia, pessoas que tiveram diagnóstico positivo para o Covid-19 podem realizar a doação após 30 dias sem apresentar sintomas. Já as pessoas que estiverem com sintomas gripais não devem comparecer para doação.
Quem recebeu a Coronavac, seja primeira ou segunda dose, deve aguardar um período de 48 horas para ser candidato. Quem tomou a injeção da Pfizer, Astrazeneca ou Janssen pode comparecer ao Hemoes após sete dias.
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