Os dois últimos graves acidentes envolvendo aeronaves no Espírito Santo, que ocorreram nos anos de 2018 e 2020, ainda aguardam a conclusão das investigações. O trabalho vem sendo realizado pelo Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), localizado no Rio de Janeiro (RJ).
No dia 10 de agosto de 2018, o então governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, seguia para um festival de cinema em Domingos Martins quando o helicóptero da Polícia Militar que o transportava atingiu uma trave e caiu em um campo de futebol durante o procedimento de pouso.
O acidente teve repercussão nacional e dois anos e meio após os fatos, a investigação ainda não foi concluída. As informações constantes no Painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) - ferramenta de visualização de dados do Cenipa - nesta quarta-feira (06), apontam que as investigações estão “em andamento”.
O documento relata que a aeronave decolou do heliponto privado na Residência Ofical do Governo, na Praia da Costa, em Vila Velha, com dois pilotos e dois passageiros. Seguia com destino a um campo de futebol localizado na fazenda do Incaper, em Domingos Martins. “Durante a aproximação para pouso, na parte central do campo, a aeronave colidiu contra uma trave de futebol. Todos os ocupantes saíram ilesos da aeronave, que teve danos substanciais”, diz o texto da ocorrência do Cenipa.
No momento do acidente, o ex-governador estava acompanhado de sua esposa, Cristina Gomes, e de dois pilotos. Nenhum dos tripulantes sofreu ferimentos graves. Apenas Cristina sofreu uma luxação no pé.
Já o helicóptero (um Harpia 05, modelo Helibrás AS-350B2) teve perda total e não pôde mais ser utilizado. Foi substituído, segundo a Casa Militar, por uma versão mais nova da mesma fabricante, adquirido pelo valor de R$ 14,17 milhões.
A Casa Militar também informou que a capitã Maria Elizabeth Bergamin, que pilotava o helicóptero, e o capitão Vargas, que era seu copiloto, cumpriram todas as exigências e receberam seus Certificados Médicos Aeronáuticos (CMA), que permitiram o retorno ao trabalho.
O outro acidente ocorreu no dia 19 de fevereiro de 2020 e envolve um avião monomotor que decolou do aeroporto de Guarapari. A aeronave, que seguia para Vitória, caiu sobre o escritório da loja de material de construção Dismágua e destruiu parte do telhado do depósito do estabelecimento, localizado em Guarapari. As vítimas foram o piloto Luciano Ferreira de Souza e o copiloto Fabiano Luiz Gonçalves.
E segundo as informações do Painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), as investigações também estão “em andamento”.
O documento relata que a aeronave decolou do aeródromo de Guarapari com destino ao Aeroporto Eurico Salles, em Vitória, em um voo privado com dois tripulantes. “Durante a decolagem, a aeronave entrou em emergência e o piloto realizou uma curva acentuada à direita, com intenções de retornar ao aeródromo de origem. A aeronave perdeu altitude e colidiu contra dois galpões. A aeronave ficou destruída e os dois tripulantes sofreram lesões fatais”, informa o Cenipa.
Por nota, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica confirmou que as investigações ainda não foram concluídas. “Estão em andamento as investigações dos acidentes envolvendo a aeronave de matrícula PP-MES ocorrido no dia 10 de agosto de 2018, em Domingos Martins (ES), e da aeronave de matrícula PT-AOT, que aconteceu em 19 de fevereiro de 2000, em Guarapari-ES”, assinala a nota.
Ainda segundo a Aeronáutica, o objetivo das investigações realizadas pelo Cenipa é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. “A necessidade de descobrir todos os fatores contribuintes, bem como a complexidade de cada ocorrência, garante a liberdade de tempo para a investigação”, destaca a nota.
Na manhã desta quarta-feira (06), o Estado registrou mais um grave acidente com vítimas fatais. Um helicóptero com duas pessoas a bordo caiu em Vila Velha. O piloto, Octavio Schneider Queiroz, 68 anos, e a empresária Lucimara Poleto, 52 anos, morreram ainda no local, após sofrerem paradas cardiorrespiratórias. Segundo o irmão de uma das vítimas, os dois namoravam e voltavam de uma viagem feita a Guarapari.
O casal decolou em Guarapari, por volta de 10h20, em direção ao aeroclube de Vila Velha. O trajeto tem uma distância aproximada de 40 km. O acidente aconteceu sete minutos depois. A aeronave caiu numa área particular no bairro Riviera da Barra, em Vila Velha, próximo ao aeroclube do município.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, os ocupantes chegaram a ser socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiram. A causa do acidente não foi esclarecida ainda. "Só a perícia da aeronáutica vai poder dizer o que causou o acidente", explicou o capitão Pedroni.
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