Os voluntários interessados em participar do projeto "Viana Vacinada", que pretende imunizar cerca de 35 mil pessoas - de 18 a 49 anos - contra a Covid-19, em Viana, vão ter de usar as informações do título de eleitor para fazer o agendamento da vacinação.
Isso será necessário porque o critério adotado para o público participar do estudo será o domicílio eleitoral, conforme explicou Jaqueline D'Oliveira Jubini, secretária de Saúde de Viana. O agendamento será feito por meio do link vianavacinada.saude.es.gov.br.
"Todas as pessoas que votam em Viana vão procurar o agendamento e serão direcionadas à seção na qual votam. A vacinação das pessoas residentes que não têm o domicílio eleitoral também será garantida. Vamos explicar, no próximo domingo (6), como vai funcionar. Terão que levar documento com foto e comprovante de residência", informou Jaqueline.
O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, explicou que os locais de votação serão transformados em salas de vacinação. Desse modo, os governos estadual e municipal esperam evitar aglomeração no dia da aplicação das doses.
Em um projeto pioneiro no Brasil, cerca de 35 mil moradores de Viana, de 18 a 49 anos, poderão ser imunizados contra a Covid-19 no próximo dia 13, um domingo, de 8h às 17h. A vacinação em massa faz parte de um estudo internacional que será desenvolvido.
A iniciativa combina vacinação com meia dose (0,25 ml) da Astrazeneca no público definido, além de acompanhamento da resposta imune e sequenciamento genético do novo coronavírus. A estimativa é redução de 60% da incidência de novos casos ao longo de seis meses, a partir de 28 dias após aplicação da segunda dose. Isso também reduziria número de internações e óbitos pela doença.
A pós-doutora em Reumatologia e coordenadora do projeto científico, Valéria Valim, detalhou que os moradores que ainda não tenham recebido nenhuma dose de vacina para Covid-19 receberão duas doses, com intervalo de 12 semanas entre elas, de metade da dose padrão. A participação no estudo é voluntária e o cidadão vianense que quiser participar deverá assinar um Termo de Consentimento antes de receber a primeira dose da vacina.
O governo do Estado explicou que por se tratar de um trabalho de pesquisa, após a aplicação da segunda dose – 12 semanas depois da primeira dose – será feito um processo de amostragem para a comprovação da imunidade ao vírus. Caso os vacinados não tenham adquirido imunidade, os participantes receberão dose de reforço e ficarão imunizados.
O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira (4) durante uma coletiva de imprensa realizada no Palácio Anchieta, em Vitória. O governador Renato Casagrande destacou que o trabalho em Viana será uma confirmação dos estudos feitos pela Astrazeneca, que já indicaram que a aplicação da meia dose é capaz de fazer com que o organismo crie anticorpos contra o vírus Sars-CoV-2.
A coordenadora do projeto científico, a pós-doutora em Reumatologia, Valéria Valim, observou que os estudos relacionados à utilização de meia dose da Astrazeneca apontam redução do número de casos confirmados entre os imunizados.
"O que se observou foi uma redução de casos de 90% nos indivíduos que receberam a meia dose, 62% naqueles que receberam dose plena. Quando foi feita a média de todos os indivíduos, foi uma média de 70%. O estudo mostra que a meia dose é capaz de estimular o sistema imunológico e desenvolver anticorpos de proteção. A diferença de resultado pode estar relacionada ao intervalo da dose de reforço", ponderou a reumatologista.
Aqueles que apresentarem sintomas gripais ou condições especiais, como gravidez, não poderão participar do mutirão. De acordo com a coordenadora do estudo, a pesquisadora Valéria Valim, haverá alguns critérios de exclusão para a participação no projeto.
As pessoas que estiverem nestas condições poderão se inscrever no projeto, no site da prefeitura, relatando a sua condição. E dependendo da situação, os interessados poderão participar, posteriormente, quando os sintomas cessarem.
“Se houver engajamento dos moradores de Viana, os que estiverem nestas condições e quiserem participar, podem se inscrever, descrever seus sintomas, e haverá uma busca ativa por parte do município”, explicou a pesquisadora Valéria Valim.
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