No palco da fé, o amor é sagrado e opera milagres: amizade vira namoro e namoro vira noivado, com direito a tomadas aéreas feitas por drone para registrar as cenas, surpresa aos pés da padroeira e show de emoção. Sob as bênçãos da santa, quatro casais que viveram os marcos de uma relação durante a visita ao Convento ou ao longo da própria Festa da Penha contam suas histórias apaixonantes. Nesses momentos especiais, tem superprodução, primeiro encontro inusitado e clima de romance no ar. Confira:
Com a gerente de galeria de arte Flávia Maria Carvalho Silva, de 34 anos, foi assim que aconteceu: espanto, surpresa, luz, câmera, ação. Em 23 de dezembro de 2018, a capixaba foi surpreendida pelo então namorado e hoje marido, o restaurador artístico australiano Nicholas Jack Kissajukian, o Nick, 31.
“Já morávamos em Sidney, na Austrália, e estávamos de visita ao Espírito Santo, para passar as festas de fim de ano. Nick sabia que o Convento significa muito para mim e decidiu me pedir em casamento lá em cima. Ele e meu primo Bernardo tramaram tudo sem eu saber. Arrumaram fotógrafo-cinegrafista com drone e tudo mais. O Nick me falou que iríamos bem cedo assistir ao sol nascer para tirar umas fotos. Quando chegamos lá, na pedra em frente ao Convento, com aquela vista linda para Vitória como testemunha, ele se ajoelhou e me pediu em casamento. Foi tão emocionante! Claro que disse sim!”, lembra Flávia.
Ao longo do vídeo, o cinegrafista e fotógrafo Johny Roger captou os momentos de afeto, fé, cumplicidade e carinho entre o casal nos vários espaços do santuário, culminando com Nick de joelhos sobre a rocha com as alianças em mãos.
Missão dada foi missão cumprida e, em pouco menos de um ano, os dois selaram a união em casamento, em 9 de novembro de 2019, na Austrália. Para Flávia, é forte todo o simbolismo da Penha, já que ela foi consagrada à padroeira do Espírito Santo logo nos primeiros dias de vida.
O primeiro encontro já não foi lá muito convencional. O programa escolhido? Pintar o muro do Convento. O momento de oficializar o namoro também não era exatamente uma balada; ocorreu num show de um padre, durante a Festa da Penha. Com esse enredo, o administrador Tiago Sad Assis Corrêa, 28, e a advogada Alyne Rocha Cabido Corrêa, 28, confirmam a consagração dessa união desde o primeiro dia. Até o ensaio pré-casamento foi lá, no Convento.
“Nós nos conhecemos por meio de uma amiga. Sempre tivemos uma vivência na Igreja e participávamos dos grupos de jovens. A primeira vez que saímos para nos conhecer melhor foi participando da pintura do muro da subida do Convento com um grupo de jovens. O tempo passou, a amizade se fortaleceu e, no show de encerramento do evento, do Padre Fábio de Melo, resolvi pedi-la em namoro, em 12 de abril de 2010. Daí iniciamos a nossa trajetória, que sacramentamos em dezembro de 2020, com o casamento”, relata Tiago.
A devoção à santa faz toda a diferença na vida do casal, representa o ponto de partida, a base da relação. “É a nossa fortaleza. Cremos muito na intercessão dela. Quando casamos, consagramos a união à Nossa Senhora. A imagem dela entrou na igreja durante a cerimônia, como forma de pedir proteção ao nosso vínculo. Sempre fomos muito devotos da Virgem da Penha. Ela foi a intercessora durante o namoro inteiro e no casamento. Por isso, o ensaio fotográfico foi no Convento também”, ressalta Alyne.
O Convento também representa muito na história de Guilherme Borghi e Flávia Tosato Borghi, ambos de 28 anos. Em dois atos, o santuário foi marcante para a vida do casal. O primeiro ocorreu em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude no Brasil. Os jovens – que até então não tinham firmado a relação – carregaram juntos a cruz peregrina, da Catedral de Vitória até o Convento. Naquele dia, no campinho, decidiram engatar o namoro.
“Todo o percurso foi calcado por oração e fé. Ali eu já sabia que nosso relacionamento era mais forte do que todos os que eu já tinha vivido até então, pois estava pautado sobre os mesmos princípios. Foi ali, com a bênção de Deus e a proteção de Nossa Senhora da Penha, que decidimos então assumir o namoro oficialmente a todos”, fala Guilherme.
O segundo ato foi na capela do Convento, num momento em que Flávia jamais esperava viver naquele lugar. Guilherme conta: “Planejei pedi-la em noivado após a missa e aos pés de Nossa Senhora da Penha. Eu queria que fosse ali porque desejávamos que nosso casamento tivesse as bênçãos do céu desde o início. Foi de joelhos que eu pedi Flávia em casamento. Na ocasião eu havia até falado com meus pais para tirarem fotos do momento ou filmassem a cena. Só que eles ficaram tão felizes que não conseguiram registrar boas imagens ou gravar um vídeo legal. Felizmente, um desconhecido gravou e nos enviou o vídeo. Enxergamos isso como um grande presente da nossa Mãezinha”, afirma Guilherme.
Na vida da técnica de enfermagem Iasmine Guimarães, 28, e do autônomo Antônio Coutinho, 37, Festa da Penha é música para os ouvidos a embalar a história de amor do casal. Os dois se conheceram nos ensaios para o show do Frei Florival na edição 2015 do evento religioso – ela era vocalista da banda; ele, baterista. Canto vai, canto vem, e os primeiros olhares aconteceram durante esses preparativos, que começam um mês antes das homenagens à padroeira. Logo em seguida, vieram as conversas no WhatsApp.
No dia da apresentação do grupo, num domingo, após a Romaria das Mulheres, Iasmine resolveu fazer um pedido à santa. “No show, sentada, falei com a santa que, se o namoro fosse da vontade dela, que me desse um sinal, porque eu queria um relacionamento sério. Imediatamente, Antônio se sentou ao meu lado. Se isso não foi um sinal, nem sei o que é (risos)”, lembra ela.
O vínculo se estreitou: eles começaram a sair em maio e a namorar em junho do mesmo ano. “Ele é muito simpático, foi impossível não se apaixonar. Em 2018, subimos ao altar e quem celebrou a missa foi o Frei Florival, o mesmo do show”, conta Iasmine, mãe de Maria Helena, 2 anos, e da recém-nascida Antonela, frutos do relacionamento do casal.
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