O fruto ‘diferentão’ colhido na comunidade de Córrego do Parado, em Águia Branca, no Noroeste do Espírito Santo, pelo produtor rural Josias de Lima Menini na manhã de sexta-feira (22), é mesmo um abacaxi? O que aconteceu com ele? A Gazeta ouviu um especialista, que explicou tudo sobre esse caso.
Segundo o pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) José Aires Ventura, o formato diferente do abacaxi trata-se de uma mutação genética da fruta.
"Trata-se de uma fasciação do abacaxi. Essa mutação é influenciada por vários fatores, principalmente a temperatura. Com a temperatura muito alta, causa a proliferação de coroas da fruta, que vão se abrindo em formato de leque", disse. A fasciação consiste na conformação anormal em lâminas ou faixas de órgãos das plantas que deveriam ser cilíndricos.
O pesquisador, que é fitopatologista especialista no desenvolvimento de abacaxis, disse que não é possível identificar a variedade da fruta somente pela imagens.
Apesar disso, Aires explicou que a variedade de abacaxi predominante no estado é o pérola, comum em Marataízes, no Sul do Espírito Santo. "O tipo pérola é mais resistente. Mas aqui no estado também temos o Smooth Cayenne, que é aquele que era plantado antigamente. Esse é mais sensível", disse.
O pesquisador disse ainda que não há problema em comer a fruta. "Ela só vai ficar mais fibrosa. O abacaxi normal tem uma coroa só. Ao invés de uma, tem dezenas e as coroas são todas abertas. Além disso, ela não tem açúcar. Mas não tem problema comer", explicou o pesquisador.
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