Conectar os nativos digitais com as gerações anteriores no mercado de trabalho foi o tema central do EducarES, realizado nesta quarta-feira (25), no Centro de Convenções de Vitória, com mediação do apresentador Serginho Groisman, da TV Globo. Essa conexão tem sido um desafio no ambiente profissional, a ponto de despertar preocupação em alguns jovens, em especial os da geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, que estão chegando agora às empresas e ao mundo corporativo. Eles defendem que a união de experiências entre as diferentes gerações pode ser favorável para o futuro do trabalho.
“As gerações anteriores têm que ajudar a geração mais nova compartilhando suas experiências. Mas a mais nova também tem que ajudar trazendo a modernidade. Usar a tecnologia é mais fácil para a gente do que para nossos pais. Então, acho que essa conversa entre gerações pode ajudar a haver mais progresso no mercado”, afirma o estudante João Pedro Demoner, de 16 anos, que esteve na plateia do EducarES.
João Pedro estuda no colégio Marista e, apesar de ainda estar no segundo ano do ensino médio, já está de olho no mercado de trabalho. Ele pretende cursar Engenharia de Computação e se preocupa com a competitividade na área.
“A área que eu quero seguir é bem disputada atualmente. Então, vou precisar estudar muito e me destacar, mas confio que vou ter um ‘espacinho’ no mercado”, diz o estudante.
As escolas também buscam se manter antenadas à necessidade de preparar os jovens para o futuro no meio profissional. Professora de Gestão de Pessoas no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), campus de Venda Nova do Imigrante, Adriane Bernardo propõe para os alunos atividades como simulações de entrevista de emprego, criação de empresas e planejamento de recrutamento, por exemplo.
“O EducarES foi uma aula excepcional para os meus alunos. Nós fomos a primeira turma a chegar aqui e eles ficaram muito animados com o evento”, disse a professora.
A educadora enfatizou a importância de unir as gerações e o aprendizado mútuo que pode acontecer no mercado de trabalho. “São os diferentes conhecimentos que podem unir as gerações anteriores com a geração atual. E unir forças vai contribuir para a gente fazer o melhor para o mercado”, afirma Adriane.
Alunas do Ifes de Venda Nova, Maria Eduarda Lemos, Luana Dalmonech e Brunna Nunes, disseram que aproveitam as dicas e dinâmicas apresentadas pela professora Adriane, mas ainda têm algumas preocupações.
“A gente vê muita concorrência entre pessoas que são capacitadas, e isso gera um pouco de medo de não ter essa capacidade, de não conseguir me desenvolver bem dentro do trabalho. Mas a professora Adriane nos ensina a como se destacar no mercado e conseguir um emprego mais facilmente”, diz Brunna.
Quem já teve a oportunidade de conhecer mais de perto como funciona o mercado de trabalho é a Ana Cecília Nascimento, estudante do segundo ano do ensino médio do UP Centro Educacional.
“Eu trabalho três vezes por semana na empresa dos meus pais. Isso ajuda bastante para o futuro pois já vou ter experiência profissional e em atendimento ao público, que é muito importante para o que eu quero cursar”, afirma.
A adolescente de 16 anos pretende estudar Medicina e Administração para futuramente coordenar a empresa da família. Para ela, a GenZ, como é chamada a geração Z, pode contribuir trazendo novidades para otimizar o trabalho.
“A gente [os jovens] pode inovar no mercado e eu mesma pretendo renovar muitas coisas, porque tenho uma visão muito diferente [das gerações anteriores] do mundo e de uso de tecnologia”, aponta Ana Cecília.
Muito além da inovação e da tecnologia, a inteligência emocional também é um diferencial para os profissionais do futuro. É o que ressalta Fábio Portela, diretor do UP.
“Hoje o papel da escola é muito mais que trabalhar com resultados diretamente. A gente também trabalha na construção do ser humano. As tecnologias estão aí, mas o grande lance é como preparamos os jovens para que eles possam lidar de maneira saudável com a inovação”, afirma o diretor.
O apoio no ambiente escolar é fundamental, segundo ele. “O jovem entre 15 aos 17 anos tem um mundo de oportunidades e de possibilidades, e as dúvidas que costumam ter são de qual curso tentar, para o que prestar vestibular, esse tipo de coisa. Mas a gente está lá para dar todo o apoio”, destaca Fábio.
Carol Leal é aluna do 27º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo foi produzido com a supervisão dos editores do Núcleo, Mikaella Campos e Weber Caldas.
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