Por dia, pelo menos duas pessoas morreram vítimas de acidente de trânsito no Espírito Santo em 2020. O maior volume de mortes ocorreu em dezembro, quando 90 pessoas perderam a vida. O ano, marcado pela pandemia do novo coronavírus, encerrou com 741 óbitos no trânsito.
Em 2019, foram registradas 806 mortes, 8,1% a mais do que o ano passado. Os dados são do Observatório da Segurança Pública do Espírito Santo, com estatísticas apenas de óbitos no trânsito, e apontam que a taxa de mortalidade foi de 18,2, o que significa que morreram 18 pessoas a cada cem mil habitantes.
Os dados são produzidos a partir de informações obtidas junto ao Departamento Médico Legal (DML). Neste caso, incluem não só as vítimas que morreram no local do acidente, mas também as que vieram a óbito no hospital. Os dados são de todo o Estado.
De acordo com o capitão Anthony Moraes Costa, do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), vários fatores contribuem para as causas dos acidentes, sendo o principal deles a imprudência, seja ela por desrespeito à legislação, falta de cuidados com a manutenção do veículo e até a direção não adequada à via.
"O trânsito exige um motorista atento e quanto maior for a circulação de veículos, mais atenção é preciso ter porque a possibilidade de provocar um acidente e dele ser de maior gravidade, inclusive com vítimas fatais, é maior”, destaca o capitão.
Do total de mortes registradas nas estradas que cortam o Espírito Santo, 79% delas ocorreram em vias estaduais e municipais. Outras 21% foram registradas em rodovias federais.
Dentre as vítimas, 87% eram homens. Outro detalhe é que em 37,1% dos acidentes houve colisões frontais, ou seja, os carros bateram de frente.
Em 15,8% dos casos as vítimas foram atropeladas. Já na maioria dos acidentes que resultaram em mortes, 47,1% dos que perderam a vida eram motociclistas.
A Região Metropolitana, onde está reunida quase a metade da população do Espírito Santo, registrou o maior número de mortes no trânsito. Foram 214 em 2020. Em segundo lugar está a Região Sul (152), seguida pelas regiões Norte (149), Noroeste (132) e Serrana (94).
Já entre os municípios, a Serra lidera o ranking de acidentes com mortes: 29 pessoas que perderam a vida na região.
Em 2020, segundo dados do BPTran, ocorreram 13.618 acidentes na Região Metropolitana, que envolve as cidades de Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica, Viana, Fundão e Guarapari. Bem menos do que os 18.534 registrados em 2019. No entanto, ocorreram mais mortes no local do acidente em 2020: foram 79 contra 66 em 2019.
“Houve uma redução do número de acidentes porque havia um menor número de veículos circulando nas vias, em decorrência da pandemia de Covid-19. Por outro lado, quando se tem uma via mais livre, a pessoa passa a andar mais rápido, o que pode levar a mais acidentes, alguns mais graves e com mortes”, explica o capitão Anthony.
As seguintes cidades registraram mais acidentes na Região Metropolitana, em 2020:
Em 2020, a maioria dos acidentes na Região Metropolitana resultou de colisões laterais (4.351). “Casos que ocorrem por desobediência à sinalização. Alguém desrespeitou uma placa de pare, um cruzamento, uma preferência, uma rotatória ou uma pista preferencial”, explica o capitão Anthony. Foram registradas ainda 3.315 colisões traseiras e 424 colisões frontais.
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