O Espírito Santo contabiliza 629 profissionais da área da saúde infectados com o novo coronavírus. Esse número corresponde a quase um terço do total de pessoas que testaram positivo para a doença no Estado, de acordo com a última atualização do painel Covid-19, controlado pela Secretaria de Estado da Saúde. Nas últimas 24 horas, 122 trabalhadores desse setor contraíram a doença.
O panorama é ainda mais preocupante se considerado que o total de pessoas que testaram positivo no mesmo período foi de 125, ou seja, quase 98% das notificações novas para coronavírus são de agentes que estão na linha de frente no combate à doença nos hospitais e locais que recebem pacientes.
Essa atualização dos números de profissionais da área médica testando positivo para a Covid-19 preocupa o presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Otto Batista, que fez um alerta para o panorama atual da doença no Estado.
"Até o final da semana isso pode aumentar e a substituição não está sendo sinalizada nem pelo governo do Estado, nem pelas prefeituras. A preocupação é um colapso e a população ficar desassistida", salientou.
Como alternativa, o representante do sindicato da categoria propôs que seja adotado um esquema de alternância dos médicos nos hospitais com testagem nos turnos.
"Há colegas com jornada de trabalho acentuada porque trabalham em vários hospitais. Existe ainda a preocupação maior e que sempre batemos na tecla, que é a questão do rodízio. Nela, a cada 14 dias se substituiria a linha de frente, se testaria esses profissionais que estão saindo e sendo adotado o mesmo procedimento com os que estão entrando para cobrir esses colegas", exemplificou.
Para a Sesa, esse número de profissionais contaminados já era esperado. O subsecretário de Assistência em Saúde, Fabiano Ribeiro, afirmou que o montante está dentro da média de trabalhadores infectados que a pasta calculava ter com a doença.
"Tínhamos essa previsão. Ela, inclusive, está dentro da média de cerca de 30% dos trabalhadores sendo infectados. Hoje está até um pouco abaixo, mas que ainda um fator de muita preocupação porque nosso bem mais valioso é a capacidade de atendimento que temos, na figura dos nossos profissionais. Não faltam equipamentos, temos EPIs (equipamentos de proteção individual) em quantidade suficiente. Existe, porém, um regramento na utilização dos mesmos para evitar que falte no momento mais necessário", destacou.
Em resposta à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o presidente do Simes, Otto Batista, disse não considerar normal nem previsível o quadro atual.
"A luz vermelha foi acesa, 30% não é normal. Existem falhas e a sobrecarga está contribuindo para isso", finalizou o representante do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes).
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