No primeiro semestre de 2021, 66 pessoas morreram em acidentes nas rodovias federais que cortam o Espírito Santo, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A média é de 11 mortos por mês. Ao todo, foram 1.269 batidas ou tombamentos que também deixaram 518 pessoas feridas.
O dado de mortes é maior que no mesmo período do ano passado, quando 56 pessoas perderam a vida nas BRs em terreno capixaba. Ao todo, são oito rodovias federais no Estado, sendo as principais a BR 101 e a BR 262.
Segundo a inspetora Ana Carolina, da PRF, a maioria das mortes é resultado da imprudência dos motoristas que percorrem as rodovias. "As maiores causas de acidentes nas rodovias federais no Espírito Santo são a falta de atenção na condução do veículo, excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas e proibidas", explicou.
Ela conta que a embriaguez ao volante também era uma causa de colisões fatais, porém, em 2020 foi possível perceber que houve uma certa redução dessas situações envolvendo bebida alcoólica e direção. "Quando há condições do motorista fazer o teste de etilômetro, ele é realizado ainda na rodovia, pois se trata de um protocolo de atendimento em locais de acidente. Do ano passado para cá, porém, temos observado um fluxo menor de veículos devido às restrições em decorrência da pandemia, mas que está voltando agora à normalidade", observou a inspetora.
Os pontos considerados mais perigosos estão exatamente na maior e mais movimentada rodovia federal, a BR 101. É a mais extensa via federal do Estado.
O primeiro trecho é o que corta a Serra, Norte da rodovia, campeão de registros de acidentes, como a morte do produtor rural Alonso Ricardo, 52 anos, que morreu quando saía de moto do bairro Serra-Sede, em 31 de maio. Ao tentar cruzar a rodovia, a moto foi atingida por uma carreta. O motorista alegou que o motociclista estava com farol apagado, por isso não o visualizou a tempo de parar.
Já o segundo trecho está no trecho Sul da 101, na altura da cidade de Viana, acompanhado de Anchieta, onde esta semana um idoso de 74 anos foi atropelado e o motorista fugiu do local sem prestar socorro. O suspeito foi detido pela PRF, que descobriu que ele não possuía carteira de habilitação.
"A PRF fiscaliza os veículos, as condições, se há o uso do cinto e do capacete, se está em excesso de velocidade há também multa se flagrado e abordagens educativas. Porém, é preciso que o motorista respeite as leis de trânsito, em especial porque não tem como a PRF estar em todos o trajeto da rodovia", pontuou a inspetora Ana Carolina.
A duplicação da principal rodovia federal do Espírito Santo, a BR 101, pode colaborar com a redução de casos, mas muitas situações ainda levarão a fatalidades.
"A duplicação ajuda a evitar que a colisão frontal, que é mais fatal, ocorra. No entanto, acidentes como tombamento por excesso de peso, excesso de velocidade, motorista que dorme ao volante e atropelamentos não deixarão de acontecer", observou.
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