Depois de quase três meses de funcionamento, o Centro de Quarentena de Vitória, que foi montado no Sambão do Povo, no bairro Mário Cypreste, foi desativado antes do previsto. A expectativa era de que funcionasse até o final deste ano e pudesse atender até 800 pessoas.
O projeto iniciado em 3 de julho para receber pacientes com Covid-19 em vulnerabilidade social foi finalizado no dia 30 de setembro, mês de queda no número de casos confirmados e óbitos pela doença. O quadro, no entanto, mudou a partir de outubro, com o retorno de novos contágios e até de mortes, que levaram Vitória de volta para a lista das cidades em situação de risco moderado em novembro.
No período em que esteve funcionando, o Centro de Quarentena atendeu 41 pacientes com a Covid-19. Cada um deles ficou internado por até 15 dias. Para manter o funcionamento da estrutura, foram gastos R$ 687.052,78. Por nota, a Prefeitura de Vitória informou como foi distribuído esse valor. Confira o detalhamento:
O total de R$ 687 mil viabilizou a oferta de 368 diárias durante o período de funcionamento do Centro de Quarentena, sendo cada diária a um custo de R$ 1.866,99. O recurso foi utilizado para atender pacientes que vivem em vulnerabilidade social, que apresentaram sintomas da Covid-19 e que tinham dificuldades em cumprir o isolamento, seja por falta de moradia ou até mesmo por falta de espaço em suas casas para evitar o contágio de outras pessoas.
O abrigamento foi destinado a idosos acamados, pessoas com deficiência física, moradores de rua, usuários de álcool e drogas, e pessoas da comunidade que não conseguiam fazer isolamento por morarem em habitações pequenas e aglomeradas. A triagem dos pacientes foi feita pelas áreas de Assistência Social e Saúde de Vitória.
Na época, o então coordenador do Comitê de Gerenciamento das Políticas Sociais dos impactos causados pela Covid-19 em Vitória, Bruno Toledo, em entrevista para A Gazeta, informou que o Centro de Quarentena foi a melhor opção para o município. Se o espaço não tivesse sido estruturado, em última situação, teríamos dificuldades em relação aos públicos diversos na rede hoteleira, e teria sido necessário adotar estratégias distintas, o que dificultaria o atendimento, destaca.
Montado na área dos camarotes do Sambão do Povo, o espaço contava com 50 leitos a cada 15 dias. A expectativa era de que funcionasse até o final do ano, o que poderia garantir a possibilidade de atendimento para até 800 pessoas.
Por dia eram oferecidas cinco refeições. E como se tratavam de pacientes com a Covid-19 eram oferecidos cuidados por 24 horas, com técnico de enfermagem monitorando as pessoas em tempo integral, acompanhamento de assistente social e psicólogo - por estarem em confinamento -, acompanhamento de uma unidade de saúde e médico, uma vez que se o quadro de saúde dos pacientes piorar eles precisam ser internados.
Foi disponibilizado ainda lavanderia especializada para roupas contaminadas, espaço com cama, rouparia e atividades terapêuticas monitoradas. Uma equipe com mais de 40 profissionais, entre assistentes sociais, técnicos de enfermagem, psicólogos, segurança e limpeza, atuaram no local.
Para o projeto foi disponibilizado pelo governo federal um valor global do investimento de R$ 2,257 milhões, segundo o convênio 055/2020. Mas a prefeitura gastou com o centro de quarentena, efetivamente, R$ 687.052,78. Como o valor global permanece destinado para a cidade, a diferença correspondente ao que não foi utilizado, e que totaliza R$ 1.570.306,09, terá outra destinação. Segundo nota da PMV, o recurso será enviado ao atendimento de famílias e indivíduos em vulnerabilidade social, agravadas pela pandemia do coronavírus.
Para viabilizar o Centro de Quarentena, a previsão inicial de empenho para o município (de recurso disponibilizado para realmente ser utilizado) era de R$ 1,055 milhão. Mas a cidade acabou recebendo do governo federal um valor maior, no total de R$ 1.129.199,59, que depois foi reduzido, segundo termo de colaboração, por meio de dois aditivos, para R$ 973.050,05.
Com isto sobrou uma diferença de R$ 156.149,54, dos quais R$ 134.680,35 já foram devolvidos. O restante, no valor de R$ 21.469,19, será devolvido até 31 de dezembro, assim que a prestação de contas for finalizada, segundo informou por nota a gestão da cidade. Como o valor empenhado originalmente era para o Centro de Quarentena e agora terá outra destinação, a prefeitura precisa devolver o recurso e só depois ele voltará aos cofres do município.
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