Histórias tristes, com famílias desoladas, e que se tornaram recorrentes em pouco mais de um mês. Aliás, os próprios números impressionam: da segunda quinzena de outubro para cá, ao menos três pessoas morreram após caírem de cavalos no Espírito Santo. O caso mais recente foi o do empresário Péricles Junior, de 31 anos, que se acidentou na semana passada e teve a morte cerebral constatada nessa quarta-feira (22).
Segundo a tia do empresário, Nilce Marques, tudo aconteceu durante uma cavalgada noturna em Vila Velha, na última sexta (17). Péricles estava montado no animal por volta das 2 horas da madrugada, quando sofreu uma queda.
Quem estava presente no local não soube dizer como, de fato, ocorreu o acidente, mas há a desconfiança de que ele possa ter batido a cabeça contra um meio-fio ou no joelho do cavalo. Ele ainda teria negado atendimento médico.
Outro caso que chamou a atenção ocorreu em Pinheiros, no Norte do Estado. Uma jovem de 29 anos, identificada como Juliana Baldi, morreu após sofrer uma queda quando andava a cavalo em uma fazenda no município, em 14 de outubro. A vítima chegou a ser socorrida, mas faleceu no dia seguinte.
“Ela estava passeando em uma propriedade. O cavalo se assustou com alguma coisa, saiu correndo e ela não conseguiu segurar. Ela chegou a abraçar o cavalo, mas acabou caindo”, relatou Mauro Rossoni, cunhado da jovem, em entrevista ao repórter Cristian Miranda, da TV Gazeta Norte.
Poucos dias depois, em 29 de outubro, uma mulher de 53 anos morreu após se desequilibrar e cair quando voltava de um passeio a cavalo entre os bairros Central Carapina e Jardim Tropical, na Serra.
Uma testemunha contou à Polícia Militar que estava de moto, acompanhando um grupo de amigos que voltava de um passeio a cavalo, quando o animal em que a vítima estava acelerou. Foi neste momento que a mulher caiu no chão e morreu no local. O nome dela não foi divulgado.
Segundo o neurocirurgião Thiago Lyrio, muitos são os fatores que podem levar uma pessoa a óbito após cair do cavalo. Uma delas é o "chacoalhamento" do crânio, que provoca lesões no cérebro. "Outra possibilidade é ter uma fatura na coluna cervical, que impacta no tronco encefálico – uma região que controla os sinais vitais", disse.
O especialista também cita a possibilidade do indivíduo ficar com os pés presos no estribo. Nesse caso, assim que o animal começar a andar ou até mesmo correr, a vítima pode sofrer com consecutivos impactos no solo, em um período muito curto. "Isso sem contar que nesses ambientes podem ter pedras; coisas que tornam a pancada ainda mais grave", avaliou.
E o que fazer em uma situação como essa?
Thiago Lyrio aconselha que, mesmo se o indivíduo apresentar nenhum ferimento externo, deve procurar atendimento médico o mais rápido possível.
"Se tiver dor de cabeça, vômito, ficar desacordado por um tempo, esquecer das coisas ou não reconhecer as pessoas, crise convulsiva, é preciso ir ao médico urgentemente. Em casos como esse, qualquer minuto conta", avaliou o neurocirurgião.
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