> >
Em um mês, Serra notificou mais de 100 distribuidoras de bebidas por irregularidades

Em um mês, Serra notificou mais de 100 distribuidoras de bebidas por irregularidades

Mudanças de legislações em cidades da Grande Vitória trouxeram novas normas para o funcionamento dos estabelecimentos, como limite de horário e disponibilização de banheiros; muitos, porém, não têm respeitado as definições

Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 09:57

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Distribuidoras de bebidas têm se tornado febre no Espírito Santo nos últimos anos
Distribuidoras de bebidas têm se tornado febre no Espírito Santo nos últimos anos. (Pixabay)
João Barbosa
Repórter / jbarbosa@redegazeta.com.br

Há pouco mais de um mês, três municípios da Grande Vitória começaram a listar novas regras para o funcionamento de distribuidoras de bebidas, empreendimento que “virou febre” no Espírito Santo mesmo sem a estrutura de bares tradicionais, com mesas, cadeiras e o bom e velho tira–gosto à disposição do público. 

boom no tipo de negócio, porém, ligou um alerta para as gestões municipais de Vila VelhaCariacica e Serra, que atualizaram as normas para o funcionamento regular das distribuidoras no final de 2024.

Serra lidera notificações

A Serra, último município a pontuar as normas em 2024, é a cidade que concentra o maior número de notificações: segundo a prefeitura foram 104, sendo que quatro distribuidoras chegaram a ser fechadas com base na legislação.

A Prefeitura da Serra só informou o número exato de notificações feitas no município após uma série de pedidos de A Gazeta. Inicialmente o município respondeu apenas que foram mais de 100 notificações — sem cravar o dado — e cinco estabelecimentos fechados. Horas depois da publicação do texto original, a administração municipal enviou uma nova nota, dessa vez informando o número preciso de notificações e corrigindo o total de locais fechados para quatro — na nota anterior eram cinco.

Em um mês, Serra notificou mais de 100 distribuidoras de bebidas por irregularidades

Na cidade, segundo a lei, as distribuidoras podem funcionar das 7h às 23h. Neste período, entretanto, não é permitido o consumo de bebidas (alcoólicas ou não) no interior dos estabelecimentos, é proibida a venda de bebidas para consumo imediato no local ou em suas dependências, é vedada a venda ou exposição de substâncias tóxicas ou corrosivas e ainda não permite a instalação de banheiros na área interna ou externa para clientes.

Além disso, nas distribuidoras da Serra é proibida a produção de bebidas alcoólicas, o depósito e comercialização de animais vivos e abatidos e também é vetado o preparo e a oferta de refeições, bem como é proibida a fabricação de gelo.

Quem desrespeita as normas pode receber punições que vão desde advertência a multas que variam entre R$ 300 e R$ 600 até o fechamento do estabelecimento. Por isso, a Serra orienta “que os estabelecimentos cumpram a legislação para evitar possíveis multas e consequências mais graves”.

Cariacica

Cariacica, segunda cidade a apresentar as normas, chegou a fechar 14 distribuidoras em uma única ação de fiscalização na primeira quinzena de dezembro. Um dos estabelecimentos chegou a ser multado por R$ 2.251,60 por reincidência, uma vez que já havia sido notificada pela gestão municipal.

Desde o anúncio das novas normas, foram verificadas 174 denúncias e emitidas cinco notificações nos estabelecimentos cariaciquenses.

No município, as distribuidoras podem funcionar de 7h às 22h. Nos locais que também funcionam como bares ou estabelecimentos especializados em servir bebidas, a lei exige a instalação de pelo menos dois banheiros — sendo que um deles deve ser acessível — e um espaço interno adequado para mesas e cadeiras, de forma que não comprometa o fluxo de pessoas na área externa.

As distribuidoras que descumprem as regras em Cariacica estão sujeitas a penalidades como a interdição e a multas que podem chegar a R$ 2.251,60. Os estabelecimentos que não atenderem o horário de fechamento, por exemplo, podem ser imediatamente fechados pela fiscalização e, caso voltem a burlar a regra, serão multados no mais alto valor previsto. Além disso, em casos mais graves, os estabelecimentos podem ser fechados por até seis meses.

As normas em Vila Velha

Antes de tudo isso, quem começou a listar as normas foi Vila Velha. Em novembro do ano passado, a cidade canela-verde definiu que as distribuidoras só poderiam funcionar das 7h às 22h. O intuito era “reduzir a perturbação do sossego e garantir a preservação da ordem e da saúde pública”.

Além da definição de horário, a legislação municipal ainda veda o consumo de bebidas (alcoólicas ou não) no interior dos estabelecimentos, proíbe a venda de bebidas para consumo imediato no local ou em suas dependências, veda a venda ou armazenamento de substâncias tóxicas ou corrosivas e ainda não permite a instalação de banheiros na área interna ou externa para clientes.

Além disso, as distribuidoras não podem produzir bebidas alcoólicas, depositar e/ou armazenar animais vivos e/ou abatidos e também não podem preparar e servir refeições. A pioneira na legislação na Grande Vitória, porém, afirma que não foi aplicada nenhuma multa, notificação ou encerramento de atividades em relação à nova lei. Quem vier descumprir a lei na cidade canela-verde pode ser multada em valores que vão de R$ 1.312,35 a R$ 2.624,70.

Errata Atualização
31 de janeiro de 2025 às 12:26

Até a publicação do texto original, às 9h57, a Prefeitura da Serra não havia respondido ao pedido de A Gazeta do número exato de distribuidoras notificadas — informou apenas ser maior que 100. No entanto, às 11h42, a assessoria de imprensa do município enviou uma nova nota, dessa vez informando que foram feitas 104 notificações e corrigindo o total de locais fechados de cinco para quatro. Os dados foram atualizados na reportagem.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais