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Em Vila Velha, grupo protesta após morte de homem negro no Carrefour de Porto Alegre

Em Vila Velha, grupo protesta após morte de homem negro no Carrefour de Porto Alegre

Manifestantes do ES pediram justiça e gritaram palavras de ordem contra o racismo. João Alberto Silveira Freitas foi espancado por seguranças no estacionamento do supermercado na capital do RS

Publicado em 21 de novembro de 2020 às 18:17

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Grupo faz protesto antirracista em frente a Carrefour no Shopping Vila Velha
No Carrefour em Vila Velha, manifestantes protestam após morte de homem negro no supermercado em Porto Alegre. (Fernando Madeira)
Em Vila Velha, grupo protesta após morte de homem negro no Carrefour de Porto Alegre

morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado por seguranças no estacionamento do supermercado Carrefour da zona norte de Porto Alegre (RS), na noite de quinta-feira (19), repercutiu, também, no Espírito Santo. O episódio motivou uma manifestação, neste sábado (21), no Carrefour em Vila Velha. Um grupo de pessoas entrou no shopping em que está localizada a loja gritando palavras de ordem contra o racismo e contra a rede de supermercados.

"Racistas não passarão", "Carrefour assassino" e "Justiça!", foram algumas das frases entoadas pelos manifestantes. O protesto começou às 13h30 e terminou por volta das 16h.

A Polícia Militar, que acompanhou o ato,  informou, por nota, que cerca de 100 pessoas participaram. 

Os manifestantes não ficaram apenas no supermercado. Em outro registro enviado por pessoas que estavam no local, o grupo aparece nos corredores do Shopping Vila Velha, batendo palmas e tocando samba. 

Ainda de acordo com a PM, houve dano em uma porta do estabelecimento, mas não há mais detalhes. Não houve, no entanto, registro de tumultos.

O Shopping Vila Velha, por meio de nota, informou que não compactua e repudia qualquer forma de discriminação e violência, "estando sempre atento a possíveis eventos em suas dependências de forma a fazer a sua parte para manter a segurança, dentro de uma conduta de paz e respeito."

"A equipe de seguranças e a Polícia Militar acompanharam o protesto, respeitando o direito dos manifestantes", complementou.

Grupo faz protesto antirracista em frente a Carrefour no Shopping Vila Velha(Fernando Madeira)

CARREFOUR DIZ QUE REFORÇOU TREINAMENTO ANTIRRACISTA

A reportagem procurou a rede Carrefour, que, por meio de nota, falou na "brutalidade" da morte de João Alberto Silveira Freire e afirmou que reforçou o treinamento antirracista aos funcionários. Veja a nota na íntegra:

"O dia 20 de novembro, que deveria ser marcado pela conscientização da inclusão de negros e negras na sociedade, foi o mais triste da história do Carrefour. Palavras não expressarão nossa angústia com a brutalidade. Daremos todo o apoio à família de João Alberto Silveira Freitas e, em respeito a ele, nossa loja de Passo D’Areia fechou ontem e permanecerá fechada hoje. Além disso, todo o resultado das vendas do dia 20 de novembro das lojas Carrefour Hipermercados será doado para entidades ligadas à luta pela consciência negra. Hoje, abrimos mais tarde para reforçarmos o treinamento antirracista com todos os nossos funcionários e terceiros. Continuaremos com nossa transparência, informando os próximos passos. Nada trará a vida de João Alberto de volta, mas estamos certos de que este momento de profundo pesar se converterá em ações concretas que impedirão que tragédias como essa se repitam."

O CASO EM PORTO ALEGRE

João Alberto Silva Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por dois homens no estacionamento do supermercado Carrefour, no bairro Passo d'Areia, em Porto Alegre. O episódio aconteceu na noite de quinta-feira (19), véspera do dia da consciência negra.

Os dois homens acusados de matar João Alberto foram presos. Um deles é policial militar temporário e estava fazendo compras no local e o outro é segurança do supermercado. Segundo o site GaúchaZH, o espancamento teria acontecido após a vítima brigar com uma funcionária da loja. A mulher teria chamado os seguranças e, então, o homem teria sido levado para o estacionamento e espancado até a morte.

A Polícia Civil investiga o crime como homicídio triplamente qualificado. De acordo com o pai da vítima, João Batista Rodrigues Freitas, o filho teria pedido ajuda à esposa enquanto era agredido. Testemunhas também relataram que outros seguranças ficaram monitorando o local, impedindo a aproximação de pessoas que tentavam impedir as agressões.

*Com informações de Aurélio Freitas, da TV Gazeta

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