Em um momento em que os casos e as mortes em função do novo coronavírus voltam a crescer no Brasil, a vacinação é a esperança para conter o avanço da pandemia. Receber a imunização é motivo de alívio para os vacinados e seus parentes. Este sentimento foi ainda mais especial para uma família de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Depois de um ano em isolamento, um casal de idosos recebeu a vacina da própria filha, que é profissional da saúde.
Moradores de São João Pequeno, no interior do município, Carlota e Geraldo Butzlaff estão juntos há 63 anos. O idoso tem 86 anos e a esposa 84 . Nessa quinta-feira (4), eles receberam a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus. O imunizante foi aplicado por uma das filhas do casal, Edith Butzlaff, que é auxiliar de enfermagem e trabalha no posto de saúde da localidade há 21 anos.
Geraldo foi levado até o posto de saúde para buscar uma receita médica. Quando chegou ao local, foi informado que seria vacinado junto com a esposa. Rapidamente, ele voltou para casa e buscou a companheira inseparável. Com bom cavalheiro, o idoso fez questão que Carlota fosse a primeira vacinada.
Em seguida, ele também recebeu a sua dose. A primeira atitude após receber a vacina? Um abraço na esposa. A emoção tomou conta da sala.
Além de vacinar os pais, a data foi ainda mais importante para ela. Como profissional de saúde, Edith recebeu a segunda dose do imunizante, também nesta quinta-feira (5). Apesar de trabalhar durante a pandemia, ela destacou que não foi infectada pelo vírus.
A chegada da vacina também é um sinal de esperança para a família. Com 10 filhos, mais uma legião de netos e bisnetos, Geraldo e Carlota adoravam reunir os familiares. “Todo domingo era uma festança na casa deles. E isso era maior ainda nas datas especiais. Minha mãe adora cozinhar para todo mundo”, lembra Elizete Butzlaff Vervloet, outra filha do casal.
Por segurança, o casal está isolado na propriedade da família no interior de Colatina. Com eles, apenas o filho mais velho, que já vivia com os pais. Com isso, os encontros tiveram que ser suspensos e os abraços tiveram que ficar na lembrança. “Eles nunca mais puderam receber um abraço dos filhos”, se emocionou Elizete.
Sem a possibilidade do contato real, a família teve que recorrer a uma solução que foi adotada em todo mundo: os encontros virtuais. Mas como fazer isso, se os idosos não tinham muita familiaridade com os dispositivos digitais? Bem, a vontade de manter contato com a família falou mais alto e rapidamente a Dona Carlota se adaptou à tecnologia.
Agora, ela se comunica com os familiares através de um grupo em uma rede social. A maneira é diferente, mas o afeto entre eles parece ter aumentado. Ela faz questão de mandar áudios diários para os filhos. Foi dessa forma que ela comemorou com todos a vacinação contra o novo coronavírus. Os áudios da Dona Carlota são uma fofura e podemos provar!
O casal foi imunizado com a vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca. Nesse caso, devem receber a segunda dose em até três meses.
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