Em 2016, o sonho de ser mãe da enfermeira Débora Caprini, 37 anos, deu lugar a dor ao saber que não poderia gerar o próprio filho. Moradora de Iriri, balneário do município de Anchieta, no Litoral Sul do Espírito Santo, ela recebeu o diagnóstico de câncer do colo de útero e a retirada do órgão a impediu para sempre de gerar filhos. Mas, a amiga e empresária Mariana Guerra, de 38 anos, decidiu mudar o rumo dessa história e ofereceu sua barriga para realizar o sonho da amiga.
Amigas desde criança, Débora Caprini e Mariana Guerra compartilharam uma vida juntas, mas há quatro meses, elas contam os dias para o nascimento de Maria Julia. O bebê é filho biológico da Débora e do William Pinheiro, 36, com o material genético do casal que foi fecundado em um laboratório em Vitória e transferidos para o útero de Mariana, por meio de uma fertilização in vitro.
“Ser mãe sempre foi um sonho para ela e hoje está virando realidade. Aceitar ser barriga solidária foi algo natural. Na descoberta, durante o carnaval, passei muito mal e fiz um exame de farmácia e entreguei a ela para abrir em casa com o marido”, conta Mariana, que já é mãe de Maria Cecília, de 6 anos, e Ana, de 3.
A barriga solidária é quando uma mulher cede o útero para gerar o bebê a partir do material genético de um casal, sem fins lucrativos. No Brasil, é necessário que haja grau de parentesco. Como as duas não são parentes foi necessário solicitar um requerimento no Conselho de Medicina para aprovação.
Além da doença, a enfermeira ainda sofria de outros problemas que a impediriam de ter filhos. Ela que foi diagnostica endometriose, adenomiose, cisto no ovário direito e trompa direita obstruída.
A barriga solidária foi então uma opção dada pelos médicos e tentada por três vezes por meio da irmã de Débora, mas sem sucesso. Já Mariana, teve resultado positivo na primeira tentativa.
Para Mariana Guerra, o dia das mães deste ano terá uma emoção especial. “Eu que me sinto presenteada de fazer parte desse processo. Ser mãe é um sentimento indescritível e ver a luta de Débora, deixa a gente mais grata, dá mais sentido a maternidade que é grandiosa recheada de amor, gratidão. Dá ainda mais significado a luta dela, tão especial”, conta Mariana.
A expectativa é de que a Maria Júlia chegue ao mundo em outubro, mas desde já a Débora sente o gostinho de ser mãe. E, há inclusive, a possibilidade que a família cresça ainda mais.
“Ser mãe é um sentimento muito grande e sempre rezei muito a Deus que se não fosse mãe dessa forma, iria adotar, seria mãe de qualquer forma. Ser mãe é se doar, amor, se entregar. Vou conhecer mesmo esse valor quando ela estiver em meus braços. Já estamos na fila de adoção, esperando a um tempo, mas Deus tinha esse plano para nós, pode ser que venha tudo junto e estaremos prontos”, revela Débora Caprini.
* Com informações da repórter da TV Gazeta Sul, Alice Sousa.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta