Uma educadora física e empresária de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, sobreviveu a um mal súbito que fez o seu coração parar de bater por 16 minutos. O susto aconteceu no dia 13 de julho, logo após as 7h, enquanto Cintia Schiavini, de 47 anos, trabalhava na academia em que é proprietária na cidade. A transferência para um hospital demorou cerca de 40 minutos.
A empresária foi socorrida por três médicos que se exercitavam no local. Eles fizeram uma reanimação cardiopulmonar até a chegada do socorro para levá-la ao hospital.
Cintia lembra como foi o dia do mal súbto. “Naquele dia eu acordei como faço sempre, tomei café e fui trabalhar. Cheguei no estúdio, atendi os meus clientes de 6h às 7h e, quando deu umas 7h10, perguntei a minha irmã se teriam mais clientes porque eu precisava mexer na parte administrativa da empresa. Aí ela relatou que não, só teriam os três alunos que eram médicos e eu sentei pra poder fazer atividades que são da parte administrativa. Daí, só lembro quando eu acordei”, contou Cintia. Após ser ressuscitada e intubada, ela permaneceu inconsciente até o dia 14 de julho.
No hospital, a educadora física ficou internada por 11 dias e passou por uma cirurgia para implante de um cardiodesfibrilador interno subcutâneo. O cirurgião cardiovascular Lisandro Azeredo explicou que a rapidez no atendimento é muito importante para conseguir sucesso na recuperação do paciente.
Se recuperando em casa, Cintia acredita que viveu um milagre. “Eu fiquei muitos minutos em morte súbita. Por ser educadora física e estudar a área da neurociência, tenho consciência de que tive anjos e que o milagre maior foi eu ter saído disso tudo sem sequelas", relatou.
Ela ainda alerta que é uma situação que pode acontecer com qualquer pessoa. “É importante que a sociedade entenda que a morte súbita pode acontecer com qualquer um e em qualquer lugar. Eu tive uma morte súbita sentada e talvez eu ainda esteja aqui porque sou uma pessoa que sempre levou uma vida saudável. Precisamos ter mecanismos para ajudar as pessoas que podem ter o que eu tive, como a presença de um desfibrilador em ambientes com grande volume de pessoas”, disse Cintia.
Médico ressalta a importância de aparelho para salvar vidas. “O DEA (Desfibrilador Automático Externo) é um aparelho portátil destinado a identificar e reverter uma parada cardiorrespiratória. Qualquer pessoa que receba um treinamento básico sobre o equipamento é capaz de manuseá-lo. Além disso, é importante que se reconheça uma parada cardíaca. O primeiro passo é chamar a pessoa; caso ela não responda, deve-se acionar o socorro. Também é importante fazer a checagem de pulso, iniciando a massagem cardíaca na ausência de movimento. Um treinamento de emergências cardiovasculares básico proporciona essa preparação”, explicou o cirurgião Lisandro Azeredo.
O aparelho colocado em Cintia monitora constantemente o coração e aplica o tratamento de forma automática para corrigir o ritmo cardíaco acelerado quando necessário. O procedimento, que introduz o aparelho na região do tórax, logo abaixo na pele, ocorreu pela primeira vez no Sul do Estado, em Cachoeiro, e é uma alternativa menos invasiva ao implante endovascular, porque não precisa do sistema vascular para funcionar.
Com colaboração de Gustavo Ribeiro/TV Gazeta Sul
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