Os alunos do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) já estão acostumados a fazer provas de seleção desde quando entram no colégio. Os estudantes do ensino integrado do campus de Vila Velha, porém, levaram o nome da escola ainda mais alto: o melhor resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre os institutos federais do país e o quinto lugar entre todos os colégios da rede pública.
O desempenho no Enem 2019 dos colégios de todo o Brasil foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na sexta-feira (26), após a tabulação dos microdados das provas pelo site Evolucional. Para o levantamento, são utilizados apenas dados de alunos que cursaram o terceiro ano do ensino médio em 2019 e não zeraram nenhuma das provas do exame nacional. A média da escola foi calculada para as instituições que possuíam ao menos dez alunos participantes do exame, entre aqueles considerados para o cálculo.
Esta foi a primeira turma do ensino integrado (Ensino Médio e Técnico juntos) a se formar no campus de Vila Velha e também a realizar as provas do Enem. Segundo o direto-geral do Ifes de Vila Velha, Diemerson Saquetto, a presença de alunos focados na área de biomédicas colaborou com a posição no ranking de desempenho no exame.
"O Ifes tem uma tradição muito grande em exatas, mas o campus de Vila Velha é o primeiro do Estado voltado para a área de biomédicas devido ao curso técnico em biotecnologia. Esse curso trouxe alunos com um desejo de ciências, assim com um conjunto de fatores benéficos para que chegássemos a uma excelência, alunos com essa necessidade de alta competitividade devido a um curso com volume grande de química e biologia", pontuou.
Saquetto afirma que a qualidade do ensino deriva, em especial, da qualidade do corpo pedagógico. "Esse resultado foi construído por muitas mãos. São professores qualificados, mestres e doutores, com plano de carreira e mais tempo para planejamento das aulas, em uma escola de boa estrutura, organizada e estrutura adequada. Vivemos um momento que o ensino público é colocado em xeque tantas vezes e mostramos que quando existe investimento em educação temos resultado", afirma o diretor.
Depois de muita contrariedade pelo Ministério da Educação (MEC), as provas do Enem deste ano foram adiadas devido à pandemia do novo coronavírus. Ainda não há nova data específica para a realização do exame nacional. Porém, desde o dia 20 de junho até esta terça-feira (30), o MEC está com consulta pública para os estudantes já inscritos opinem sobre as possíveis datas: dezembro de 2020, janeiro e maio de 2021.
O resultado de 2019 fez aumentar as perspectivas para o próximo exame nacional. "Acredito que vai ser possível repetir esse resultado. Apesar da pandemia, os alunos e professores estão realizando atividades pedagógicas não presenciais, conseguimos propor conectividade aos estudantes que não tinham internet. Sabemos que não é o ambiente pedagógico que gostaríamos de ter, perdemos as interações com os alunos, mas estamos atuando dentro do nosso universo de possibilidades que temos hoje", observou o diretor-geral.
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