Na avaliação da professora de Redação do UP Centro Educacional, Ana Paula de Oliveira, o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, "o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira", “foi pertinente e não pode ser considerado difícil”.
De acordo com a professora, nessa proposta, “doenças mentais” representa o conceito-chave a ser explorado, enquanto a discussão, em sua especificidade, deve, de algum modo, contemplar a noção de “estigma”.
"A presença dessa palavra sugere uma perspectiva negativa em relação a quem sofre de algum tipo de problema relacionado à saúde mental, e a não abordagem da ideia de estigma caracteriza tangenciamento do tema, com desconto significativo na nota. Julgamos a escolha temática bastante pertinente - tendo em vista os impactos provocados pela pandemia -, pois permitiu aos candidatos uma argumentação com abordagens autorais, a partir de suas experiências e seus olhares sobre a ideia", comentou.
ANÁLISE DO TEXTO I
Para Ana Paula, a argumentação em torno da saúde mental - compreendendo a forma de como uma pessoa “reage às exigências da vida” -, poderia ter sido desenvolvida dialogando com o contexto contemporâneo, marcado pela influência do capital, do consumo, das relações humanas e da tecnologia. "O suposto despreparo do homem atual para lidar com os desafios e as adversidades do cotidiano ganhou espaço na prova", ressaltou.
ANÁLISE DO TEXTO II
Segundo a professora de Redação, o texto II permitiu uma argumentação voltada à problemática presente no tema. A palavra “estigma”, também entendida como uma marca de valoração social negativa, abriu as possibilidades de discussão a partir da desinformação, do preconceito e de tratamentos precários.
ANÁLISE DO TEXTO III
Ana Paula reforça que o texto III, com apresentação de dados dispostos em infográficos, comprovou a realidade de doenças psiquiátricas presentes no país e denunciou a urgência de medidas capazes de amenizar a realidade.
"A prova leva à sociedade a necessária discussão a respeito do tema e evidencia que transtornos mentais mostram-se mais presentes do que se imagina", finalizou.
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