No primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023, os participantes devem fazer as questões de Linguagens e Códigos, Ciências Humanas e redação. Escrever esse texto do tipo dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política, será o desafio de 3,9 milhões de candidatos em todo o país, no próximo domingo (5).
Sendo a área de conhecimento com maior valor de pontuação na prova, de acordo com a Cartilha de Redação do Enem 2023, feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a redação do Enem vale mil pontos, que são divididos em cinco competências de duzentos pontos cada. Confira cada competência na tabela abaixo.
O aluno que cumprir todas as exigências recebe a nota máxima. Apesar de não ser uma tarefa fácil, não é impossível.
Para Ana Alice Teixeira Freire, que alcançou a nota mil na redação do Enem 2022, a prática realmente leva à perfeição. “Eu fazia uma redação por semana desde o primeiro ano do ensino médio. Então, foi um trabalho cumulativo de prática e aperfeiçoamento, até chegar a um ponto que minhas redações eram quase iguais, a mesma estrutura”, conta Ana, que atualmente é estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Ceará.
A professora Suelen Pirovani, que atuou na correção da prova por sete anos, afirma que, para ter uma redação nota mil, o segredo é treinar.
“A primeira coisa é treinar! Treinamos o ano inteiro porque precisamos estar por dentro de vários temas, construir um bom repertório e conhecer a estrutura desse tipo de texto. Não tem como usar um modelo pronto pois não sabemos o tema até o momento da prova. Por isso, o aluno precisa ter autonomia para escrever, e isso só vem com a prática”, disse Suelen.
Uma boa argumentação depende de bons repertórios para mostrar que o candidato realmente entende sobre o assunto. “Na reta final, eu procurava usar argumentos e repertórios que conseguia desenvolver bem, com segurança”, relata Ana Alice.
Como o aluno só vai saber o tema na hora da prova, Suelen recomenda revisar repertórios que podem ser aplicados a mais de um assunto, conhecidos como coringas. “ Nessa etapa final sempre aconselho revisar os repertórios coringas, como filmes, citações, livros e séries que possam ser usados em diferentes temas. Também é importante rever os conectivos e a proposta de intervenção”, recomenda a professora capixaba.
De acordo com Suelen, o maior erro que observava nas redações do exame, na época que atuava na correção, era a dificuldade de interpretação do tema. “ Ainda vejo muita dificuldade na hora da interpretação do tema proposto. Normalmente, existem duas a três palavras chaves que precisam ser citadas no texto para não tangenciar ou até mesmo fugir ao tema.”
Segundo a Cartilha de Redação do Inep, o tangenciamento ao tema afeta a avaliação das Competências II, III e V, impedindo que a redação receba nota acima de 40 pontos em todas essas competências. Já a fuga leva a nota zero no texto.
A aluna nota mil, Ana Alice, ainda lembra da importância do descanso e do cuidado com a saúde emocional antes e durante a prova. “Faltando poucos dias, eu parei de estudar e me permiti relaxar. Continuava errando, mas eram erros de atenção, erros por cansaço. Respeitei meu corpo e confiei no duro trabalho lapidado ao longo dos anos de ensino médio.”
O Enem 2023 acontece nos próximos dias 5 e 12 de novembro, com a abertura dos portões às 12h e o fechamento às 13h, pelo horário de Brasília.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta