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Enfermeira que ironizou Coronavac é demitida da Santa Casa no ES

Enfermeira que ironizou Coronavac é demitida da Santa Casa no ES

Nathana Ceschim publicou vídeo afirmando que a vacina contra a Covid-19 seria equivalente à água; demissão foi confirmada por ela nesta segunda-feira (25)

Publicado em 25 de janeiro de 2021 às 18:35

 - Atualizado há 4 anos

Enfermeira do ES grava vídeo sobre vacina
Enfermeira do ES gravou vídeo sobre a vacina e publicou nas redes sociais Crédito: Reprodução/Instagram

Depois de publicar vídeos menosprezando a vacina Coronavac, a enfermeira Nathana Ceschim não trabalha mais na Santa Casa de Misericórdia de Vitória. A informação foi confirmada pela própria profissional à reportagem de A Gazeta, no início da noite desta segunda-feira (25). "Não faço mais parte do quadro de funcionários e não tenho nada para comentar sobre o assunto", afirmou. (Veja a nota na íntegra no final da matéria)

Ao saber da demissão, a reportagem também procurou o hospital. Em nota, a unidade informou que foram tomadas todas as medidas cabíveis sobre o caso e que não se manifestaria mais a respeito. "A Santa Casa reitera sua postura clara e irrestrita com relação à importância da vacina como única solução possível para conter o avanço dos casos de coronavírus", declarou.

A princípio, o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) informou que não comentaria o episódio. Porém, às 19h35, o órgão enviou uma nota na qual esclareceu que a demissão é uma questão trabalhista (prerrogativa do empregador) e que cabe ao Coren-ES apenas apurar a conduta da profissional.

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Enfermeira que ironizou Coronavac é demitida da Santa Casa no ES

No sábado (23), o Conselho já havia informado que a enfermeira pode perder o registro que permite que ela exerça a profissão. A abertura de um procedimento ético sobre o caso já foi determinada e o parecer sobre o cometimento da infração por Nathana Ceschim deve sair em até 60 dias.

A reportagem de A Gazeta também procurou o Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo (Sindienfermeiros), mas ainda não teve retorno. Ao recebê-lo, esse texto será atualizado.

RELEMBRE O CASO

Os vídeos polêmicos que envolveram Nathana foram publicados nas redes sociais pessoais da enfermeira na última sexta-feira (22). Neles, ela fala que só tomou a vacina para poder viajar e zomba da taxa de eficácia da vacina – que é considerada eficaz e segura, segundo parâmetros da Organização da Saúde (OMS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Tomei por conta que quero viajar, não para me sentir mais segura. Porque uma vacina que dá 50% de segurança, para mim não é vacina. Eu tomei foi água", disse. Em seguida, ela mostra o comprovante do recebimento da primeira dose, com a data de 19 de janeiro, e veicula uma teoria da conspiração sobre a origem do novo coronavírus.

Poucas horas antes de confirmar a demissão, Nathana respondeu às tentativas de contato feitas pela equipe de A Gazeta. Por meio de um áudio enviado por um aplicativo de mensagens, ela garantiu que somente expressou a própria opinião como cidadã e que em momento algum fez campanha contra a vacinação.

"Os meus vídeos foram apenas exercendo o meu direito de liberdade de expressão. Eu acho a vacina importante, mas não acho que seja a salvação do problema. Eu não fiz campanha contra a vacina, não falei para as pessoas não se vacinarem, eu não fiz nada disso. Foi um ponto de vista meu", defendeu.

SANTA CASA: VEJA NOTA NA ÍNTEGRA

"O hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória informa que já tomou todas as medidas cabíveis relacionadas ao assunto e que não mais se manifestará sobre o ocorrido. A Santa Casa reitera sua postura clara e irrestrita com relação à importância da vacina como única solução possível para conter o avanço dos novos casos de coronavírus. Acreditamos, sim, na vacina e estamos ao lado da ciência.

Ao mesmo tempo, ressaltamos que estamos seguindo todos os protocolos estabelecidos pelos órgãos de saúde sobre a obrigatoriedade do uso de máscara em todo o ambiente hospitalar, bem como a disponibilização de álcool em gel em todos os setores para os funcionários e o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) em toda a instituição.

Por fim, a Santa Casa de Vitória informa que está seguindo o calendário de vacinação da Prefeitura de Vitória, imunizando seus profissionais que atuam na linha de frente de acordo com as prioridades estabelecidas pelo Plano Nacional de Vacinação."

Atualização
25/01/2021 - 19:48hrs
A princípio, o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) informou que não comentaria o episódio. Porém, às 19h35, o órgão enviou uma nota na qual esclareceu que a demissão é uma questão trabalhista (prerrogativa do empregador) e que cabe ao Coren-ES apenas apurar a conduta da profissional.
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