Depois de publicar vídeos menosprezando a vacina Coronavac, a enfermeira Nathana Ceschim não trabalha mais na Santa Casa de Misericórdia de Vitória. A informação foi confirmada pela própria profissional à reportagem de A Gazeta, no início da noite desta segunda-feira (25). "Não faço mais parte do quadro de funcionários e não tenho nada para comentar sobre o assunto", afirmou. (Veja a nota na íntegra no final da matéria)
Ao saber da demissão, a reportagem também procurou o hospital. Em nota, a unidade informou que foram tomadas todas as medidas cabíveis sobre o caso e que não se manifestaria mais a respeito. "A Santa Casa reitera sua postura clara e irrestrita com relação à importância da vacina como única solução possível para conter o avanço dos casos de coronavírus", declarou.
A princípio, o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) informou que não comentaria o episódio. Porém, às 19h35, o órgão enviou uma nota na qual esclareceu que a demissão é uma questão trabalhista (prerrogativa do empregador) e que cabe ao Coren-ES apenas apurar a conduta da profissional.
No sábado (23), o Conselho já havia informado que a enfermeira pode perder o registro que permite que ela exerça a profissão. A abertura de um procedimento ético sobre o caso já foi determinada e o parecer sobre o cometimento da infração por Nathana Ceschim deve sair em até 60 dias.
A reportagem de A Gazeta também procurou o Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo (Sindienfermeiros), mas ainda não teve retorno. Ao recebê-lo, esse texto será atualizado.
Os vídeos polêmicos que envolveram Nathana foram publicados nas redes sociais pessoais da enfermeira na última sexta-feira (22). Neles, ela fala que só tomou a vacina para poder viajar e zomba da taxa de eficácia da vacina – que é considerada eficaz e segura, segundo parâmetros da Organização da Saúde (OMS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"Tomei por conta que quero viajar, não para me sentir mais segura. Porque uma vacina que dá 50% de segurança, para mim não é vacina. Eu tomei foi água", disse. Em seguida, ela mostra o comprovante do recebimento da primeira dose, com a data de 19 de janeiro, e veicula uma teoria da conspiração sobre a origem do novo coronavírus.
Poucas horas antes de confirmar a demissão, Nathana respondeu às tentativas de contato feitas pela equipe de A Gazeta. Por meio de um áudio enviado por um aplicativo de mensagens, ela garantiu que somente expressou a própria opinião como cidadã e que em momento algum fez campanha contra a vacinação.
"Os meus vídeos foram apenas exercendo o meu direito de liberdade de expressão. Eu acho a vacina importante, mas não acho que seja a salvação do problema. Eu não fiz campanha contra a vacina, não falei para as pessoas não se vacinarem, eu não fiz nada disso. Foi um ponto de vista meu", defendeu.
"O hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória informa que já tomou todas as medidas cabíveis relacionadas ao assunto e que não mais se manifestará sobre o ocorrido. A Santa Casa reitera sua postura clara e irrestrita com relação à importância da vacina como única solução possível para conter o avanço dos novos casos de coronavírus. Acreditamos, sim, na vacina e estamos ao lado da ciência.
Ao mesmo tempo, ressaltamos que estamos seguindo todos os protocolos estabelecidos pelos órgãos de saúde sobre a obrigatoriedade do uso de máscara em todo o ambiente hospitalar, bem como a disponibilização de álcool em gel em todos os setores para os funcionários e o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) em toda a instituição.
Por fim, a Santa Casa de Vitória informa que está seguindo o calendário de vacinação da Prefeitura de Vitória, imunizando seus profissionais que atuam na linha de frente de acordo com as prioridades estabelecidas pelo Plano Nacional de Vacinação."
A princípio, o Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) informou que não comentaria o episódio. Porém, às 19h35, o órgão enviou uma nota na qual esclareceu que a demissão é uma questão trabalhista (prerrogativa do empregador) e que cabe ao Coren-ES apenas apurar a conduta da profissional.
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