A divulgação do protocolo para o retorno das atividades presenciais da Educação Infantil no Espírito Santo lança luz às diferentes realidades do ensino capixaba. As escolas particulares afirmam ter condições de retomar as atividades a partir de segunda-feira (5).
Já as escolas administradas pelas prefeituras que são representadas pela União dos Dirigentes Municipais de Educação do Espírito Santo (Undime-ES) também reconhecem a importância do retorno às aulas de forma presencial, mas avaliam que não há cenário seguro para que as crianças voltem estudar ainda neste ano.
Uma das regras limita até 10 alunos por sala e determina a não interação de diferentes grupos. A portaria assinada pelas Secretarias de Estado da Saúde (Sesa) e da Educação (Sedu) estabelece que, para evitar o contato entre os grupos, as escolas devem adequar a estrutura física ou replanejar o uso dos espaços.
Barreiras físicas do tipo acetato/acrílico podem ser utilizadas, diz o documento, para permitir maior proximidade de alunos em sala, visando a qualidade pedagógica. No entanto, não pode ser ultrapassada a capacidade máxima de ocupação dos ambientes, conforme determinação de distanciamento mínimo de 1,5 metro.
O vice-presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Eduardo Costa Gomes, informou que a categoria tem participação da construção das medidas apresentadas por meio do grupo de trabalho que envolve pais, professores, sindicatos e governo do Estado.
Das regras divulgadas, o Sinepe destaca a determinação que prevê 10 alunos por sala. Para o vice-presidente do Sinepe-ES, a medida tende a criar um cenário de rodízio diário ou semanal de alunos. O critério será estabelecido por cada instituição de ensino. Segundo Eduardo, no entanto, a limitação estava sendo considerada alternativa ao cumprimento de distanciamento social de 1,5 metro.
Acredito que a maior dificuldade das escolas vai ser organizar a estrutura de acolhimento na chegada dos funcionários para fazer a troca de uniforme, banho ou higiene de mão e rosto como é preconizado. Algumas (escolas) vão precisar de um pouco mais de tempo e outras já estavam se preparando para isso, revela.
Já Vilmar Lugão de Britto, presidente da Undime-ES, declara que nas escolas administradas pelo Poder Executivo municipal, a adequação de estrutura e, principalmente, a aquisição de materiais e possível necessidade de contratação de profissionais, exigem que o retorno às atividades aconteça em uma data posterior à que foi autorizada pelo governo estadual.
Segundo ele, há expectativa de que uma nota coletiva seja divulgada ainda nesta semana com o posicionamento dos municípios. Lugão reforçou que uma consulta feita aos responsáveis pelos alunos indica que entre 70% a 90% não pretendem levar os filhos às escolas ainda em 2020.
Em relação às medidas apresentadas na portaria publicada no Diário Oficial do Estado, o presidente apontou a sugestão de instalação de barreiras físicas do tipo acetato/acrílico para permitir maior proximidade de alunos em sala e o apoio de monitores.
Estamos em período eleitoral nos municípios e isso pode inviabilizar contratações ou novas aquisições de material. A possibilidade de colocar o acetato para dividir os alunos demanda uma aquisição que até então não estávamos prevendo. Um processo desse de compra não é tão rápido assim, pontua.
Outra observação feita por Lugão é em relação ao tempo de aula previsto para os alunos. Ele afirma que o retorno ainda em 2020 pouco antes do período das férias estará carregado com as complexidades que surgiram após sete meses de paralisação.
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