A ingenuidade é capacidade que o indivíduo tem de não ver a maldade nas situações, confiar nas pessoas e ter bom coração. Parece ser algo que todos desejam e, até certo ponto, uma qualidade "invejável". Entretanto, a partir de determinado momento, essa característica pode ser prejudicial na vida, quando perigos e problemas podem aparecer. Afinal, até que ponto é bom ou ruim ser uma pessoa ingênua?
Em entrevista à CBN Vitória, a psicóloga do quadro CBN e a Família, Adriana Müller, explica que muitas vezes a situação é vista como um sinal de pureza, mas esse é o tipo de qualidade que leva a pessoa a não perceber segundas intenções em situações particulares da vida. "Geralmente, essas pessoas são as que acabam caindo em golpes, ou são magoadas por indivíduos que acreditavam serem amigos", destaca.
Adriana destaca que a pessoa considerada ingênua deve buscar um ponto de equilíbrio, enfrentando as situações com bom senso, o que não significa que precise passar a ver maldade em tudo na vida. Ela ressalta o indivíduo ingênuo deve um mergulhar no autoconhecimento para identificar suas qualidades e defeitos, buscando melhorar as qualidades e trabalhar para amenizar os defeitos.
“Um lado da ingenuidade revela que ela deixa de ser uma virtude e passa a ser um aspecto a ser superado quando esse comportamento indica uma dificuldade de amadurecer, um traço natural da personalidade de crianças”, explica.
Adriana destaca que muitas pessoas ingênuas são afetadas por situações embaraçosas pelo fato de não ver maldade nas intenções do comportamento humano. "Quando a pessoa está muito envolvida na situação, ela não percebe que foi enganada ou que não teve o seu valor destacado. Por isso, é sempre bom parar e avaliar com calma, depois que o momento passou, tudo o que foi absorvido e aprendido na vivência", explica.
Uma boa maneira de aprender a lidar com a ingenuidade é escutar lições de vida e experiências boas e ruins de pessoas consideradas "mais maduras". "Esses indivíduos ajudarão, com suas influências e inspirações a partir de situações de vida que servem de alerta para perdas que surgem com esse tipo de comportamento", ressalta a psicóloga.
"O ingênuo sempre tem o anseio em ajudar os outros, não importando a situação, e tende a se colocar em segundo plano", explica Adriana. Dessa forma, uma das medidas a ser superada é a necessidade de aceitar todas as propostas que são impostas, aprendendo a dizer "não", quando for preciso.
A psicóloga pontua que quando um comportamento ingênuo é prejudicial às ações e ao desenvolvimento das relações entre os outros indivíduos, é necessário buscar a ajuda de especialistas, como psicoterapeutas. "Eles são necessários para encontrar os motivos que levam o indivíduo a ter um comportamento ingênuo", finaliza.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta