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Entenda como funciona o TRI, sistema que calcula a nota do Enem

Entenda como funciona o TRI, sistema que calcula a nota do Enem

Saiba como usar o método de correção ao seu favor na hora da prova para aumentar pontuação final; exame será realizado nos dois próximos domingos, dias 3 e 10 de novembro

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 15:57

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Gabriela Maia
Estagiária / [email protected]

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma prova extensa e que requer muita atenção para resolver todas as 180 questões, mas isso não é novidade para os participantes. O que muitos podem não saber é como a nota da prova é calculada. O método usado para a correção da prova é chamado de Teoria de Resposta ao Item, conhecido como (TRI). Com ele, é bem provável que pessoas que acertaram o mesmo número de questões tenham pontuações bem diferentes.

Numa parceria com o curso preparatório Gama Pré-Vestibular, A Gazeta disponibiliza a calculadora TRI, que permite simular a nota do Enem.

O diretor do curso preparatório Gama Pré-Vestibular, Paulo Victor Scherer, explica que a TRI é um método diferente da Teoria Clássica dos Testes, que é mais comum usada em avaliações, em que a pontuação final depende apenas dos acertos que o participante teve na prova — que será realizada nos dois próximos domingos, dias 3 e 10 de novembro.

"No caso da TRI, tantos os acertos quanto os erros são considerados na hora de realizar o cálculo da nota. Isso acontece porque a Teoria de Resposta ao Item é um sistema estatístico de correção, que mede a proficiência do aluno na prova com outros critérios",  detalha o diretor.  

Nesse sistema, é feito um balanço das questões que o participante conseguiu resolver e não apenas a análise de questões certas ou erradas. Para o TRI, não importa só quantas perguntas cada pessoa acertou, mas também quais foram essas questões, para mensurar a real habilidade do aluno em cada área da prova.  

Aspas de citação

A TRI é um índice, não uma somatória individual de várias questões que o aluno acertou. A partir do padrão de acertos que esse aluno tem, é definido um índice de proficiência naquela área

Paulo Victor Scherer
Diretor da Gama Pré-Vestibular
Aspas de citação

Entretanto esse índice só é calculado depois da aplicação das provas, pois o sistema avalia o desempenho de todos os participantes, considerando a quantidade geral de acertos de cada pergunta. Para definir quais questões são consideradas fáceis e quais são difíceis, a prova utiliza três parâmetros para entender o padrão de cada aluno. 

  • Parâmetro de discriminação: indica como cada questão discrimina a proficiência do aluno com a habilidade avaliada;
  • Parâmetro de dificuldade: mede se uma questão é fácil ou difícil; 
  • Parâmetro de acerto casual: indica a probabilidade do participante acertar aquela questão sem dominar a habilidade exigida, é conhecido como o parâmetro do "chute";

De primeira, todo esse funcionamento pode parecer confuso, mas o objetivo desse tipo de correção é avaliar se o participante realmente tinha a capacidade de acertar todas aquelas perguntas e se isso foi feito de forma coerente. O Enem avalia competências básicas de cada área, por isso, se um estudante erra questões fáceis e acerta as difíceis, o sistema entende que o aluno chutou aquelas questões. 

Aspas de citação

Para ficar mais fácil de entender, é muito incoerente pensar que um aluno vai conseguir resolver uma questão de função exponencial se ele não sabe fazer operação básica de multiplicação matemática

Paulo Vicor Scherrer
Diretor do curso preparatório Gama Pre-Vestibular
Aspas de citação

Dentro de uma mesma faixa de acerto, o aluno que vai receber uma pontuação maior é o aluno que acertou as questões mais fáceis da prova. “Se um aluno acerta 35 questões, é mais coerente que sejam as 35 mais fáceis. Então, se ele acerta as mais difíceis, a nota dele vai ser mais baixa, porque o algoritmo identifica que ele não é tão proficiente. Outros alunos que acertaram as mesmas 35 questões, mas num padrão mais coerente de assunto, vão ter uma nota maior.”

Como usar a TRI para melhorar o seu desempenho 

Por ser um sistema mais complexo do que os tradicionais, é comum que surjam dúvidas e interpretações enganosas sobre a Teoria. “A primeira é que você não pontua por questão que você errou, isso não é verdade. Muita gente acredita que você só vai ter sua nota aumentada a partir do acerto”, explica.

Outra coisa que pode parecer uma boa estratégia é errar as questões difíceis de propósito, em uma tentativa de aumentar a pontuação, mas isso não deve ser feito. "Acertar uma questão acima do seu nível de proficiência não é ruim para você, mas a coerência pedagógica não é isso. O que pode acontecer é esse acerto não te dar uma pontuação muito grande, mas nenhum aluno vai perder pontos pelos seus acertos."

A última dica que pode ser valiosa na hora  prova é o estudante não perder tempo tentando resolver questões muito complexas, porque elas não vão ser muito significativas na nota final. Em vez de gastar 15 minutos em uma pergunta difícil, uma boa alternativa é usar esse mesmo tempo para garantir o acerto em outras três questões fáceis, por exemplo.

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