O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma prova extensa e que requer muita atenção para resolver todas as 180 questões, mas isso não é novidade para os participantes. O que muitos podem não saber é como a nota da prova é calculada. O método usado para a correção da prova é chamado de Teoria de Resposta ao Item, conhecido como (TRI). Com ele, é bem provável que pessoas que acertaram o mesmo número de questões tenham pontuações bem diferentes.
Numa parceria com o curso preparatório Gama Pré-Vestibular, A Gazeta disponibiliza a calculadora TRI, que permite simular a nota do Enem.
O diretor do curso preparatório Gama Pré-Vestibular, Paulo Victor Scherer, explica que a TRI é um método diferente da Teoria Clássica dos Testes, que é mais comum usada em avaliações, em que a pontuação final depende apenas dos acertos que o participante teve na prova — que será realizada nos dois próximos domingos, dias 3 e 10 de novembro.
"No caso da TRI, tantos os acertos quanto os erros são considerados na hora de realizar o cálculo da nota. Isso acontece porque a Teoria de Resposta ao Item é um sistema estatístico de correção, que mede a proficiência do aluno na prova com outros critérios", detalha o diretor.
Nesse sistema, é feito um balanço das questões que o participante conseguiu resolver e não apenas a análise de questões certas ou erradas. Para o TRI, não importa só quantas perguntas cada pessoa acertou, mas também quais foram essas questões, para mensurar a real habilidade do aluno em cada área da prova.
Entretanto esse índice só é calculado depois da aplicação das provas, pois o sistema avalia o desempenho de todos os participantes, considerando a quantidade geral de acertos de cada pergunta. Para definir quais questões são consideradas fáceis e quais são difíceis, a prova utiliza três parâmetros para entender o padrão de cada aluno.
De primeira, todo esse funcionamento pode parecer confuso, mas o objetivo desse tipo de correção é avaliar se o participante realmente tinha a capacidade de acertar todas aquelas perguntas e se isso foi feito de forma coerente. O Enem avalia competências básicas de cada área, por isso, se um estudante erra questões fáceis e acerta as difíceis, o sistema entende que o aluno chutou aquelas questões.
Dentro de uma mesma faixa de acerto, o aluno que vai receber uma pontuação maior é o aluno que acertou as questões mais fáceis da prova. “Se um aluno acerta 35 questões, é mais coerente que sejam as 35 mais fáceis. Então, se ele acerta as mais difíceis, a nota dele vai ser mais baixa, porque o algoritmo identifica que ele não é tão proficiente. Outros alunos que acertaram as mesmas 35 questões, mas num padrão mais coerente de assunto, vão ter uma nota maior.”
Por ser um sistema mais complexo do que os tradicionais, é comum que surjam dúvidas e interpretações enganosas sobre a Teoria. “A primeira é que você não pontua por questão que você errou, isso não é verdade. Muita gente acredita que você só vai ter sua nota aumentada a partir do acerto”, explica.
Outra coisa que pode parecer uma boa estratégia é errar as questões difíceis de propósito, em uma tentativa de aumentar a pontuação, mas isso não deve ser feito. "Acertar uma questão acima do seu nível de proficiência não é ruim para você, mas a coerência pedagógica não é isso. O que pode acontecer é esse acerto não te dar uma pontuação muito grande, mas nenhum aluno vai perder pontos pelos seus acertos."
A última dica que pode ser valiosa na hora prova é o estudante não perder tempo tentando resolver questões muito complexas, porque elas não vão ser muito significativas na nota final. Em vez de gastar 15 minutos em uma pergunta difícil, uma boa alternativa é usar esse mesmo tempo para garantir o acerto em outras três questões fáceis, por exemplo.
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