A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) pretende retomar a obrigatoriedade da frequência dos alunos nas escolas públicas do Espírito Santo a partir do próximo mês, quando se inicia o segundo semestre letivo, promovendo um "novo normal" nas unidades de ensino durante a pandemia. Não se trata de voltar às atividades 100% presenciais, mas, ainda que seja aplicado revezamento de turmas, os estudantes não deverão mais ter a opção de prosseguir com os estudos exclusivamente de casa.
Essa perspectiva está em discussão com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e com a União dos Dirigentes Municipais de Ensino (Undime), segundo contou o secretário estadual da Educação, Vitor de Angelo, em coletiva nesta terça-feira (13).
"Quando tomamos a medida de desobrigar os responsáveis de encaminhar seus filhos para a escola e de optar por ficar no ensino remoto, o cenário era diferente do momento atual", pontuou.
Vitor de Angelo observou que, em 2020, a Covid-19 era uma doença sobre a qual havia menos informações do que as autoridades sanitárias possuem atualmente e também não havia vacina disponível para a população. Hoje, no Espírito Santo, todos os trabalhadores da Educação, segundo o secretário, já foram alcançados com pelo menos a primeira dose.
Além disso, acrescentou Vitor de Angelo, idosos e pessoas com comorbidades também já estão vacinados. Havia antes uma preocupação de que crianças eventualmente infectadas nas escolas levassem o Sars-Cov-2 (coronavírus) para familiares com esse perfil, considerados grupos de risco para a Covid-19.
"O Espírito Santo tem se mostrado como um dos Estados que mais vacinam no Brasil. Há municípios aqui que anunciaram o início da vacinação de pessoas acima de 28 anos. Então, não me parece haver razão que explique continuar com esse direito de não ir à escola, mesmo que ela esteja aberta. Hoje o risco é infinitamente menor do que poderia ter representado, no momento em que abrimos no ano passado, ainda que com todo o cuidado e protocolos", argumentou o secretário, dizendo ainda que a expectativa é que uma decisão seja anunciada nos próximos dias.
Mesmo que haja a obrigatoriedade de ir para a escola, Vitor de Angelo afirmou que, conforme os protocolos de biossegurança definidos ainda em 2020, não significa que as atividades serão totalmente presenciais. A depender do tamanho das turmas e espaço das salas, por exemplo, muitas unidades vão continuar com o revezamento em que parte dos alunos frequenta a escola em uma semana, parte na outra. Isso porque, para garantir o distanciamento, as carteiras têm de ser organizadas com afastamento de no mínimo 1,5 metro entre elas.
Também serão mantidas outras medidas de prevenção ao contágio, tais como uso contínuo de máscaras, aferição de temperatura no acesso à escola e disponibilização de álcool em gel nos ambientes comuns.
Após uma série de restrições provocadas pela pandemia, com suspensão de atividades presenciais em março durante a quarentena, e com retorno gradual conforme o mapa de risco, desde o último dia 21 de junho as aulas estão liberadas em todo o Espírito Santo, independentemente da classificação dos municípios.
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