O Corpo de Bombeiros concluiu o laudo sobre o desabamento de um prédio em Cristóvão Colombo, Vila Velha. As investigações apontam que o colapso da estrutura ocorreu devido ao vazamento de gás, que causou a explosão a partir de uma fonte de ignição, somado a outros fatores estruturais do prédio.
Os peritos concluíram que não é possível afirmar categoricamente o material, que em contato com o gás, deu início a uma explosão no ambiente. Mas foram encontradas diversas fontes de ignição potencialmente capazes de transferir calor suficiente para iniciar a reação de combustão da mistura explosiva: isqueiros, tomadas, interruptores, fogareiro, equipamentos eletrônicos, peças de computador, multímetros, tablets, equipamentos de eletrônica, eletrodomésticos e maçarico portátil. Todos esses são classificados como capazes de terem iniciado a explosão.
Essa explosão, somada a outros fatores estruturais do prédio, levou ao desabamento. Confira abaixo quais são os fatores levantados pelo Corpo de Bombeiros:
Fotos fornecidas por familiares ao Corpo de Bombeiros mostram que o prédio possuía muitas infiltrações. Algumas, inclusive, levaram à queda do gesso do teto e resultaram em ferrugem na estrutura da laje.
A botija, que possuía vazamento de gás, estava na casa de Eduardo Cardoso, de 68 anos, no térreo. A residência fica na parte da frente do prédio. Era uma pequena quitinete apenas com uma porta e uma báscula. Os bombeiros entendem que, como não havia muitos locais para o ar circular, ele acabou ficando retido no pequeno local.
Os peritos consideram que a residência onde houve a explosão possuía 81,42 m³, um volume muito baixo segundo os bombeiros. O baixo volume do ambiente contribuiu para que a frente de onda de pressão positiva, gerada no epicentro da explosão, não tivesse muito tempo para se dissipar até encontrar os primeiros obstáculos (viga, coluna, paredes, laje, porta e báscula).
Com base em pesquisas, os bombeiros entenderam que a densidade de vapor influencia na velocidade de escape do gás do ambiente. Considerando então a baixa velocidade de escoamento do ambiente interno para o externo, foi constatado, como muito possível, o fato do gás GLP vazado no ambiente estar em uma concentração ideal quando ocorreu a mistura com ar, levando à explosão.
Em contato com os familiares e com informações colhidas na edificação, ficou constatado que a estrutura passou por alterações. Na avaliação dos peritos, isso pode ter contribuído para o aumento de carga na edificação. Uma foto fornecida por familiares mostra uma cano atravessando uma das vigas da casa.
Um prédio de três andares desabou na Rua Antônio Roberto Feitosa, bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha, na manhã do dia 21 de abril. O imóvel ficou completamente destruído. Moradores ouviram um estrondo antes do imóvel desabar. Bombeiros trabalharam no resgate das vítimas até a madrugada do dia 22.
As quatro pessoas que estavam no prédio são um senhor de 68 anos, identificado como Eduardo, a filha dele, Camila, e ainda Sabrina, neta do idoso, de 15 anos. No segundo andar, morava uma doceira identificada como Larissa, também filha do senhor de 68 anos, que foi a primeira a ser resgatada. Camila, Sabrina e o senhor morreram após o desabamento.
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