Os episódios de reinfecção no Brasil e no mundo ainda não representam um grande volume no conjunto de casos de pacientes contaminados pelo coronavírus (Sars-CoV-2), mas geram muitas dúvidas, especialmente diante de relatos de pessoas com mais de um diagnóstico positivo. No Espírito Santo, há mais de 50 investigações em curso para detectar a reincidência da doença, segundo os critérios definidos pelo Ministério da Saúde.
Mas o simples fato de ter dois testes positivos da doença em um intervalo de tempo não é suficiente para caracterizar a repetição da contaminação. Na nota técnica 52/2020, o ministério analisa que um ponto sensível na Covid-19 diz respeito à imunidade adquirida e sua persistência, pois recentes estudos publicados admitem a possibilidade de reinfecção pelo vírus Sars-CoV-2 em um curto período. A analogia com outros vírus semelhantes indica que a hipótese de reinfecção é plausível, mas algumas situações devem ser amplamente discutidas antes de ser considerada a suspeita de reinfecção.
Entre os cuidados que as equipes de saúde precisam ter antes de considerar a possibilidade de reinfecção, de acordo com a nota técnica, são eventuais erros na coleta do material para testagem diagnóstica, uso de testes com baixa sensibilidade e especificidade, diferenças na resposta imunológica dos indivíduos ao vírus e uso de medicamentos que podem debilitar o sistema imunológico dos pacientes, fazendo com que uma infecção que aparentemente estivesse curada corresponda à persistência de um mesmo episódio de infecção.
Diante das inúmeras possibilidades, o Ministério da Saúde definiu que os casos suspeitos de reinfecção por Sars-CoV-2 são:
O Brasil tem até o momento um caso de reinfecção confirmado pelo governo federal. Para a caracterização dessa reinfecção, foi utilizada metodologia da Fiocruz de sequenciamento completo do genoma do coronavírus, que identificou que os vírus pertenciam a linhagens diferentes, não restando dúvidas de dupla infecção.
Embora ainda haja poucos registros oficiais no mundo de reincidência da doença, os especialistas reforçam a importância da manutenção de cuidados, tais como uso de máscara, distanciamento e higienização frequente das mãos, mesmo por aqueles que já foram diagnosticados com a Covid-19. Até porque a reinfecção pode não ter como ser comprovada, pelos critérios do ministério, e por isso é subnotificada.
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