Versão inicial da matéria exibia o título "Máscaras PFF2 são mais seguras contra o coronavírus? Médicos explicam”. No entanto, o título foi modificado para evitar confusões em relação à eficácia da máscara PFF2 contra o coronavírus.
Diante do agravamento da pandemia causada pelo novo coronavírus - com o surgimento, inclusive, de variantes mais perigosas - vem aumento o interesse e a procura por máscaras faciais que proporcionam maior proteção contra o vírus. Uma delas é a PFF2, também conhecida como N95 (nomenclatura americana para o mesmo modelo).
A máscara PFF2 é facilmente reconhecida pelo formato, parecido com um bico de pato ou uma concha. Segundo especialistas, o modelo permite um ajuste melhor no rosto, impedindo a passagem de ar pelas laterais. Além disso, possui uma alta capacidade de filtração de partículas.
De acordo com a norma NBR 13698, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a máscara PFF2 tem proteção mínima de 94%.
Considerado um Equipamento de Proteção Individual (EPI), a PFF2 é usada, principalmente, por profissionais de saúde que trabalham em hospitais. Também é recomendada para quem precisa frequentar outros locais de alto risco de contágio.
Apesar de serem descritas como descartáveis, indica-se a reutilização da proteção durante a pandemia desde que a máscara não apresente desgastes que podem comprometer a funcionalidade.
"Em princípios são máscaras de uso único, mas, na pandemia, pela enorme pressão de demanda para diversos serviços no Brasil inteiro, há uma reutilização. Existem locais com protocolos de uso e reuso de cinco a 10 vezes, dependendo do critério de cada local", explicou o médico Lauro Ferreira Pinto.
Especialistas da área da saúde reconhecem que as PFF2 podem ser uma boa opção para grupos de risco e também momentos de exposição a maiores riscos, como uma viagem de avião, no transporte público cheio ou durante a passagem por um local fechado e repleto de pessoas que não pode ser evitado.
Mas, por ser a máscara com maior nível de proteção, existe uma preocupação de que haja escassez no mercado. "É necessário pensar que agora já está sendo mais complexo a gente encontrar para comprar. Ela é de uso obrigatório para quem está no hospital, então pode ocorrer uma falta dessa máscara no mercado. A gente precisa pensar nisso também", ressaltou a infectologista Rúbia Miossi.
A médica oferece uma alternativa para quem precisa sair e fazer o uso de uma proteção mais segura. "O ideal é que se utiliza então a máscara cirúrgica de três camadas", disse.
Nos Estados Unidos, o CDC (Centros para o Controle e Prevenção de Doenças) não recomenda o uso das PFF2/N95 pela população geral para evitar a falta do produto para os profissionais de saúde. A OMS (Organização Mundial da Saúde) e o CDC indicam o uso de máscaras de pano pela população geral - pessoas do grupo de risco podem buscar melhor proteção, como máscaras cirúrgicas, quando precisarem sair de casa.
Segundo a virologista Jordana Alves Coelho dos Reis, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as novas variantes do vírus não alteram a eficácia de uma máscara de tecido bem feita e bem utilizada.
"As variantes têm capacidade maior de causar infecção depois de encontrar as células da mucosa. Para a pessoa ser infectada, os aerossóis e as gotículas precisam alcançar o rosto; o vírus atua da máscara para dentro, por isso máscara e distanciamento são importantes", afirma.
Para Maura Salaroli de Oliveira, gerente médica do Centro de Controle de Infecção Hospitalar do hospital Sírio-Libanês, os casos de Covid-19 não aumentaram porque precisamos de máscaras melhores, mas porque as pessoas deixaram de usar máscaras e fazer o distanciamento físico.
"Vimos um relaxamento das medidas de proteção. A máscara sozinha não resolve tudo, ela não exclui a necessidade do distanciamento, e muitas pessoas não usam a máscara ou, quando usam, não o fazem corretamente. Mais importante do que inventar novas maneiras é voltar ao básico e fazê-lo bem feito", afirma Oliveira.
Com informações da Agência Folha e da Agência Estado.
Locais fechados, de aglomeração e alto risco de contaminação. Hospitais, empresas, transporte público, supermercados, entre outros.
Elas têm um filtro mais eficiente para a retenção de aerossóis, que são partículas que ficam no ar por várias horas. O formato dela se adapta ao rosto da pessoa e garante vedação maior nas laterais que outros tipos de máscaras. Mas para garantir uma melhor vedação, especialistas indicam o modelo em que os elásticos vão atrás da cabeça, não nas orelhas.
Não. Atualmente o uso obrigatório é para profissionais que atuam em hospitais, mas pessoas que precisam se expor a ambientes de risco também podem fazer uso dela.
A máscara PFF2 nunca deve ser lavada ou amassada.
Caso não tenha sido molhada ou amassada, a máscara pode ser utilizada de cinco a 10 vezes depois de ter sido aberta, dependendo do protocolo de cada local. Mas as máscaras não devem ser usadas em sequência. É preciso separar um intervalo de cerca de três dias para cada peça até o próximo uso. O ideal é que se tenha mais do que uma dessas máscaras se o uso for constante.
Sim. Para aqueles que não podem fazer o uso da PFF2 por falta de recurso ou pela dificuldade em ter acesso, outras alternativas são as máscaras cirúrgicas e as máscaras de pano com três camadas.
É preciso sempre observar se elas têm o selo do Inmetro e o registro na Anvisa. O perfil no instagram Qual Máscara e o site PFF para Todos ajudam as pessoas a identificar as originais, além de indicar locais com preços mais acessíveis.
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