Uma situação que tem sido comum nas redes sociais é o relato de pessoas vacinadas que reclamam de sentir os sintomas típicos da Covid-19, fazer o teste, mas o resultado ser negativo. Entretanto, um ou dois dias depois, ao refazer o exame, o mesmo teste dá positivo.
Doutor em Imunologia e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Daniel Gomes explica que isso tem a ver com a memória imunológica já criada com a vacina e outras infecções da doença, diferentemente de quem não tomou o imunizante.
Essa memória faz com que o corpo humano reconheça o vírus e entre em ação mais rapidamente para se defender. Por conta disso, as cargas virais acabam sendo menores, ao mesmo tempo que os sintomas aparecem mais cedo. Por outro lado, quem não tomou a vacina tem um período maior para o aparecimento dos sintomas e, junto deles, a carga viral chega ao pico.
O período entre a infecção e o início dos sintomas em não vacinados geralmente é de três a cinco dias. Já em vacinados é de dois a três dias, o que acaba sendo insuficiente para que o vírus se multiplique e se tenha uma quantidade de material viral detectável no exame.
Assim, de acordo com Gomes, é recomendável que a pessoa vacinada aguarde um pouco para que o teste tenha mais chance de detectar o vírus. “O recomendado é fazer o teste três dias após o início dos sintomas. Essa é a janela ideal para a detecção do exame.” completa.
A antropóloga e doutoranda em saúde coletiva Beatriz Klimeck lembra da possibilidade de que, mesmo com os sintomas aparecendo antes, se a imunidade da pessoa combater a SARS-CoV-2 e não for criada infecção, o teste não vai dar positivo dias depois.
Ela ainda alerta para que as pessoas só voltem ao convívio social depois de testar negativo para a doença, mesmo que o tempo de quarentena recomendada tenha mudado por conta da Ômicron e suas sub variantes.
De acordo com o infectologista Crispim Cerutti Junior, ambos os testes detectam antígenos virais, que basicamente são fragmentos do vírus, como proteínas e material genético, alojados nas células da mucosa nasal e oral do ser humano.
Então, o principal limitador do teste é a presença do vírus. Quanto mais material viral estiver naquelas mucosas, maiores são as chances de o exame detectar esses fragmentos e a pessoa testar positivo.
Beatriz Klimeck ainda destaca que o PCR aponta a presença do vírus um pouco antes, mas os testes de antígeno (testes rápidos) ainda são ótimos para detectar. E que diferente do PCR, quando a pessoa não transmite mais a doença, ele dá negativo.
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