Três dias após a publicação desta matéria, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) editou uma nova norma técnica em que ampliou a abrangência da vacinação para pessoas com hipertensão. Agora, todas as pessoas com quadro hipertensivo têm direito à vacina contra a Covid-19, desde que apresentem um laudo. Antes, a imunização estava restrita aos casos graves.
A hipertensão é um problema que acomete cerca de 30% da população adulta brasileira, segundo dados do Ministério da Saúde, e um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares e também para a Covid-19. Mas, na lista de comorbidades do Plano Nacional de Imunização (PNI), não é qualquer quadro hipertensivo que dá direito à vacinação contra a doença neste momento no país.
A vacinação de pessoas com doenças pré-existentes será dividida em duas fases. Na segunda etapa, serão contempladas aquelas que apresentarem laudo de hipertensão arterial resistente; hipertensão arterial estágio 3; hipertensão arterial nos estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade.
O cardiologista Henrique Bonaldi pontua as diferenças de cada uma delas, indicando que, pelo plano de vacinação atual do ministério, não serão todos os hipertensos contemplados com a vacina.
Bonaldi diz que os estágios da hipertensão são divididos da seguinte maneira
Além disso, a hipertensão arterial classificada como resistente é aquela mais difícil de controlar, apesar do uso de três ou mais medicamentos.
Os estudiosos foram entendendo, segundo o cardiologista, que não é só o fato de ser hipertenso que torna os casos de Covid-19 mais graves, mas o quão o organismo dessa pessoa foi afetado pelo descontrole da pressão.
Por essa razão, hipertensos mesmo nos estágios 1 e 2 podem ser contemplados pela vacina, caso tenham lesão em algum órgão-alvo, ou seja, se sofreram infarto, derrame, amputação de membros ou outro dano decorrente da pressão arterial alta.
Assim, reforça Bonaldi, quanto mais as pessoas são afetadas por determinada condição de saúde, neste caso a hipertensão, mais risco elas correm caso sejam infectadas pelo coronavírus e, por isso, têm prioridade na fila da vacinação.
Para exemplificar, o cardiologista compara hipertensos com pessoas asmáticas. Ainda que seja um problema respiratório, quem sofre de asma leve ou moderada não tem um órgão-alvo lesionado de modo a colocar esses indivíduos como grupo prioritário.
A vacinação contra a Covid-19 para as pessoas que apresentam comorbidades começou nesta terça-feira (4) no Estado. Conforme estimativa populacional do Ministério da Saúde, no Espírito Santo serão vacinadas 401.670 com doenças pré-existentes que, além de hipertensão, contempla outras condições de saúde, como diabetes mellitus e síndromes coronarianas.
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