O governo do Espírito Santo anunciou nesta quarta-feira (6) que o uso de máscaras não será mais obrigatório. A medida passa a valer imediatamente, tanto para locais abertos como fechados. A máscara, no entanto, segue obrigatória para profissionais da área de Saúde.
Também deixará de ser exigida apresentação de passaporte vacinal para acesso a estabelecimentos. O Mapa de Risco da Covid-19 e as medidas qualificadas do Estado na pandemia também foram extintas.
Especialistas apontam que, do ponto de vista da proteção individual, a máscara ainda tem um papel importante em minimizar os riscos de contrair e disseminar a Covid-19, principalmente em locais pouco ventilados ou naqueles onde não é possível manter o distanciamento social.
De acordo com o governador Renato Casagrande, no caso de pessoas que não se vacinaram, a proteção, apesar de não ser mais obrigatória, é recomendada.
Essa indicação também permanece para quem faz parte do grupo de risco para Covid-19, que são idosos, imunossuprimidos, gestantes.
A professora doutora em epidemiologia Ethel Maciel aconselha que, dependendo da situação, as pessoas ainda devem considerar usar o equipamento de proteção.
Ela destaca que, com essa decisão do governo, não há mais praticamente nenhuma medida restritiva coletiva para minimizar a exposição dos cidadãos à infecção. Então, ela recomenda que as pessoas avaliem o risco individual.
Para reduzir as chances de se infectar, os especialistas recomendam que sejam considerados pelo menos três variáveis antes de abandonar a máscara. Veja detalhamento abaixo:
Locais abertos apresentam menos risco que locais fechados. Caso o local seja fechado, é preciso observar se tem boa ventilação, se as janelas ficam abertas, por exemplo. O infectologista Crispim Cerutti explica que se, houver ar-condicionado, é recomendado manter sempre a proteção das vias aéreas.
"No ar refrigerado, as gotículas com vírus são pulverizadas e ficam em suspensão no ar por um período prolongado. Mesmo com distanciamento, a pessoa não fica protegida. Se tiver que escolher o momento em que não devo abandonar a máscara, é no ambiente de ar refrigerado", ressalta.
Mesmo em locais abertos, é importante que a pessoa use a máscara caso não seja possível manter o distanciamento social. Ir à praia com a família é diferente de ir a um bloco de carnaval na rua, por exemplo.
"Se você está em um ambiente bastante amplo, ventilado, com pessoas que não se aglomeram, não tem problema ficar sem máscara, mas essa não é a realidade na maior parte dos locais. Até numa caminhada no calçadão tem muita gente. Você pode passar por uma pessoa que tosse em cima de você", alerta o médico.
A pandemia, e principalmente a variante Ômicron, demonstrou que o tipo e o material das máscaras de proteção fazem diferença para impedir a transmissão do vírus.
Por isso, Ethel Maciel orienta que sejam priorizados os tipos mais filtrantes, como as máscaras cirúrgicas e as PFF2. Ela recomenda que as pessoas que usam transporte coletivo e que trabalham em contato direto com o público devem ficar ainda mais atentas a essa questão.
"Motoristas de ônibus e vans devem usar (a máscara) independentemente da flexibilização, assim como caixas de supermercado e demais pessoas que atendem o público, porque eles estão sob muito risco. É muito importante manter a máscara, e daquelas mais filtrantes", afirma.
A mesma orientação vale para idosos, pessoas que fazem hemodiálise, que tomam corticoides em altas doses e que têm doenças imunossupressoras.
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