Ondas de calor, verão chegando, altas temperaturas e umidade elevada. Cenário perfeito para a reprodução do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue. Somente neste ano, a doença já matou 91 pessoas no Espírito Santo, e 182 mil casos de dengue foram notificados. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Em entrevista à Rádio CBN Vitória, o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, descreve a situação capixaba como alarmante e afirma que a população está enfrentando a maior epidemia de dengue já registrada pelo Estado. “Se compararmos os dados de 2022, no período que compreende a semana epidemiológica, entre os dias 6 e 12 de novembro, o número de casos é 5 vezes maior. Em 2022 foram 368. Neste ano foram 1.589 casos no mesmo intervalo”, destacou.
Ainda segundo o secretário, abril foi o pior mês do ano com mais de 10 mil casos confirmados. “Apesar de os números registrados em novembro serem bem menores do que os de abril, período mais crítico do ano, o cenário ainda é preocupante, pois os números permanecem elevados quando comparados aos anos anteriores”.
Cardoso explica ainda que a situação pode se agravar em 2024 devido a dois fatores que favorecem a explosão de casos de dengue: a circulação sorotipos diferentes da doença no Estado e as condições climáticas que favorecem o ciclo do vetor. “Nós estamos realizando algumas ações em parceria com os municípios como mutirão de limpeza e conscientização nas ruas na tentativa de interromper esse ciclo. No entanto, é preciso destacar a necessidade das ações serem realizadas de forma articulada, pois tanto o poder público como a sociedade têm uma parcela de responsabilidade no combate a dengue”, certifica o secretário.
Há uma crença popular de que só é possível ser diagnosticado com a doença uma vez durante a vida, no entanto o especialista declara que cada pessoa pode adquirir a doença até quatro vezes. “A dengue tem 4 sorotipos diferentes e, por isso, quem 'pegou' a dengue uma vez está suscetível a ficar doente novamente. Apesar disso, é preciso destacar que os sorotipos que circulam no Espírito Santo são o 1 e o 2. O maior número de casos de 2023 está relacionado ao sorotipo 1, desse modo, se a pessoa for picada novamente pelo sorotipo 1 ela não será infectada. Os sorotipos 3 e 4 ainda não estão no Estado, mas podem chegar por meio de pessoas que viajam para outros Estados onde esses sorotipos já estão em circulação”.
Indagado sobre as sequelas da dengue, o secretário destacou que um paciente diagnosticado com a doença tem cerca de 10 dias para se curar, passado esse tempo o quadro pode se agravar e evoluir para o óbito. “Infelizmente quando o paciente tem sinais de alerta como dores abdominais e sangramento é difícil reverter o quadro. Porém, se o paciente se recuperar, não há sequelas. A dengue é menos debilitante e mais letal que outras doenças também transmitidas pelo Aedes Aegypti, como a zika e a chikungunya”, finalizou Orlei Cardoso.
►Limpar o quintal, jogando fora o que não é utilizado;
►Tirar água dos pratos de plantas;
►Colocar garrafas vazias de cabeça para baixo;
►Tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água;
►Manter os quintais bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas;
►Escovar bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis e caixas d’água) e mantê-los sempre limpos.
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