Depois da derrota no segundo turno das eleições, no dia 30 de outubro, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), se afastou dos compromissos públicos. Na quarta-feira (16), quem representou o governo federal na cerimônia de recebimento das cartas credenciais de embaixadores foi o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos).
No evento, Mourão comentou o estado de saúde do presidente e depois, em entrevista ao jornal O Globo, o vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul informou que Bolsonaro está com uma ferida na perna. “É uma questão de saúde. Está com uma ferida na perna, uma erisipela”, disse.
Na fala, Mourão disse que o presidente não pôde comparecer devido a impossibilidade de se vestir adequadamente. “Não pode vestir calça. Como é que ele vai vir pra cá de bermuda?”.
Porém, entre os sintomas da erisipela estão fraqueza, náuseas e tremores. Caso não seja tratada adequadamente, a doença pode se agravar e levar a quadros com risco à vida.
No site da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, a erisipela é definida como “um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de deficiência da circulação das veias dos membros inferiores”.
Erisipela soa, à maioria, como um nome novo. O artigo da Biblioteca Virtual em Saúde traz, também, alguns nomes que podem ser mais familiares, como esipra, mal-da-praia, mal-do-monte, maldita e febre-de-santo-antônio.
A erisipela é um infecção de pele, causada por bactérias do tipo Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae e outros. O acesso desses organismos ao corpo humano, pode ser por meio de ferimentos simples, como arranhões, picadas de insetos e micoses.
Entre os sintomas da erisipela estão fraqueza, náuseas e tremores.
Dependendo da condição do paciente e sem tratamento adequado, a doença pode evoluir para quadros mais graves e até a óbito.
Quando evolui, a erisipela pode acometer camadas mais profundas da pele e deteriorar os músculos, podendo chegar à amputação de membros. Quando há uma infecção grave, o corpo pode reagir de forma agressiva, desencadeando um conjunto de reações inflamatórias, a sepse, que pode ser fatal.
Entre os principais fatores de risco estão a obesidade, diabetes, doenças imunossupressoras, uso de medicamentos imunossupressores e problemas circulatórios. Idosos e grávidas também estão entre os mais vulneráveis à doença.
Antibióticos, repouso e cuidados com o local afetado, em grande parte dos casos, costumam fazer com que a infecção regrida. Vale ressaltar que tanto o diagnóstico quanto o tratamento devem ser conduzidos por um médico.
O profissional da saúde vai avaliar a condição do paciente, como apurar se há algum fator de risco e como ele pode influenciar no procedimento. Listamos, abaixo, algumas fases que costumam ser comuns no tratamento da erisipela:
- Eliminar a bactéria causadora com antibióticos. É possível que seja necessário a administração de doses intramusculares de penicilina (benzetacil);
- Tratar da lesão ou membro afetado, para fechar a porta de entrada do corpo ao vírus. Braços e pernas devem passar um tempo em repouso e erguidos. Pode ser necessário enfaixar o local;
- Para não criar um ambiente propício às bactérias, o local da infecção deve ser limpo adequadamente;
- Os demais sintomas são tratados com medicação de apoio como antinflamatórios, antifebris, analgésicos e outras que atuam na circulação linfática e venosa.
Ao confirmar o diagnóstico do presidente, Mourão não disse o que levou o presidente à infecção.
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