O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, assegura que o Espírito Santo está caminhando para a retomada das atividades presenciais nas escolas a partir do próximo mês. Antes, outubro aparecia como uma expectativa do governo para a volta, mas, agora, o secretário ressalta que os indicadores da Covid-19 no Estado apontam, de fato, na direção do retorno da educação básica (do infantil ao ensino médio). A volta, entretanto, seria gradativa e, na primeira fase, de no máximo 30% dos 250 mil alunos.
A avaliação de Nésio Fernandes foi apresentada em debate na noite desta quarta-feira (23) promovido pelo Laboratório de Gestão da Educação Básica do Espírito Santo (Lagebes), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Durante a sua apresentação na live "SOS Escolas: o retorno presencial é seguro?", o secretário contextualizou a situação atual do Estado para o risco de transmissão do coronavírus.
Ele lembrou que as escolas foram fechadas quando, no Espírito Santo, havia apenas oito casos confirmados da Covid-19 e a decisão pela volta sempre esteve associada às condições sanitárias e a estrutura para atendimento a quadros graves da doença.
"Na pré-fase de aceleração, apontamos quais seriam as premissas para o retorno seguro. Além das medidas e protocolos de segurança, seria necessário avaliar o contexto da pandemia, e demonstrar uma recuperação consolidada representada pela queda de internados graves e óbitos, e também de casos observados; taxa de transmissão abaixo de 1; taxa de ocupação hospitalar que pudesse suportar qualquer pressão da rede; e capacidade de testagem de reconhecer maior quantidade possível de casos em exames laboratoriais", relaciona.
E, segundo Nésio Fernandes, o Espírito Santo já está reunindo essas condições para voltar, assim como outras atividades econômicas e sociais puderam ser retomadas a partir da avaliação do contexto da pandemia para cada setor. Ele também já projetou maior flexibilização a partir do próximo mês para outros segmentos.
O secretário reconhece, porém, que a eventual liberação para a volta às aulas não significa que o risco deixou de existir, mas que ele é baixo. Nésio Fernandes explica que o país vai continuar a conviver com o coronavírus, mesmo quando houver vacina, porque a imunização, em um primeiro momento, será voltada apenas para grupos de risco. Atualmente, não há nem mesmo testes sendo realizados para produção de vacinas para crianças. Outro aspecto é que os produtos que estão sendo pesquisados agora não garantem a imunização permanente.
Por essa razão, Nésio Fernandes destaca que é fundamental que as pessoas, individualmente, mantenham as medidas de segurança, como uso de máscara, distanciamento social e higienização frequente das mãos, porque as aulas precisarão ser retomadas quando as condições sanitárias do Estado forem adequadas, e esse contexto não está relacionado a ter ou não vacina.
"É necessário reconhecer a capacidade de implementar esses protocolos. De fato precisamos ter a possibilidade de retomar (as aulas) em um período oportuno para a garantia do direito do acesso à educação. Se tivermos essas condições do ponto de vista sanitário no mês de outubro, o retorno será progressivo e gradual", conclui.
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