A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou, nesta quinta-feira (29), que a morte e outros dois casos de pessoas internadas por suspeita de estarem com febre maculosa tiveram resultado positivo para a doença – causada por uma bactéria do gênero rickettsia, transmitida por picada de carrapato. Outros três casos suspeitos foram descartados. Entre os confirmados, estão um homem que morreu após dar entrada na Santa Casa de Cachoeiro de Itapemirim na última terça-feira (27), e um casal, internado em estado grave no Hospital Evangélico do Litoral Sul.
A Secretaria de Saúde de Itapemirim havia notificado a Sesa sobre os seis casos suspeitos. Segundo a prefeitura, a pasta analisa se há relação com o consumo de carne de caça pelos pacientes, apesar de o risco de transmissão dessa forma ser pouco provável, segundo o órgão e médicos ouvidos por A Gazeta.
As amostras dos pacientes foram coletadas e encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES), onde foi feita testagem usando a técnica molecular de PCR em tempo real (RT-PCR). A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que atuou em regime de urgência para a rápida liberação dos resultados.
A Sesa ressaltou ainda que, junto aos profissionais da vigilância municipal e da Superintendência Regional de Cachoeiro de Itapemirim, tem articulado ações para investigação dos casos confirmados, sendo a linha de investigação a transmissão via carrapato. Equipes da secretaria estão na cidade para realização das ações.
É crítico o estado de saúde de Ana Carolina Batista e do marido Bruno Batista, internados no Hospital Evangélico Litoral Sul com febre maculosa, segundo o diretor técnico e coordenador da unidade, Marlus Thompson. Outras três pessoas internadas no local, entre elas um primo de Ana Carolina, tiveram o resultado descartado para a doença e devem receber alta em breve.
“Nós temos um casal internado e a situação deles, infelizmente, é extremamente crítica. Três pessoas foram internadas e os exames iniciais que recebemos ontem (28) da Sesa tiveram resultado negativo. O estado de saúde desses pacientes é bom e a gente vai reavaliá-los e, provavelmente, vão ser liberados em breve”, destacou o médico intensivista.
O médico destacou que o que mais prejudicaria na recuperação e que poderia agravar os casos demora seria a demora no diagnóstico da doença.
Há a suspeita de que os pacientes tenham se contaminado após consumir carne de caça. A Prefeitura de Itapemirim chegou a informar que a carne foi enviada ao Laboratório Central (Lacen) para análise e que aguarda o resultado.
No entanto, nesta sexta-feira, em nota, a prefeitura disse que o município e a Sesa trabalham com a linha de investigação epidemiológica de que a contaminação ocorreu em uma provável área distante da comunidade de Rio Muqui, onde foi realizada uma pescaria por dois dos pacientes confirmados.
Segundo a prefeitura, equipes da Vigilância Epidemiológica municipal e estadual estão realizando uma varredura, com coleta de material, para uma pesquisa entomológica na área onde residem os pacientes e no local da pescaria.
Ainda nesta sexta-feira uma equipe da Secretaria de Saúde se reunirá com os pais dos alunos de Rio Muqui, para informar sobre a transmissão e evolução da doença. A prefeitura disse que até o presente momento não há motivo para suspensão das aulas.
No início da noite desta sexta-feira (30), o hospital informou que o casal continua internado em estado muito grave. "Já os pacientes que negativaram para febre maculosa nas primeiras testagens, apresentaram quadro clínico favorável e receberam alta hospitalar nesta tarde", comunicou, em nota. O hospital também explicou que essas três pessoas continuarão o tratamento com medicamentos em casa até que outros resultados de exames sejam liberados, "uma vez o diagnóstico de febre maculosa ainda não foi totalmente excluído".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta