A vacinação heteróloga, em que o fabricante da segunda dose (D2) é diferente do usado na primeira (D1), é uma estratégia que pode ser adotada em breve no Espírito Santo contra a Covid-19. Já existe uma norma técnica do Ministério da Saúde que autoriza a prática em determinadas situações, mas agora a possibilidade é tornar a medida mais abrangente.
O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, avalia que o momento é oportuno para implementar esse modelo de vacinação, considerando a ampla disponibilidade de doses da Pfizer, que passaria a ser usada como D2, e da Astrazeneca, para D1.
"Entendemos que a vacinação heteróloga deve ser uma estratégia nacional avaliada", defendeu ele, durante coletiva nesta segunda-feira (16).
No final de julho, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica em que tratava do assunto. No documento, destacava que os dados apontavam boa resposta imune em esquemas de intercambialidade (uso de vacinas distintas em cada dose), assim como a prática tem indicadores de segurança favoráveis.
A nota foi elaborada para assegurar que parte da população pudesse completar o esquema vacinal com a segunda dose, o que se mostrava prejudicado por algumas excepcionalidades, como no caso das grávidas para as quais a Astrazeneca se tornou contraindicada.
Assim, a primeira recomendação do ministério era para evitar a vacinação heteróloga, mas que seria admitida em situações de exceção em que não fosse possível aplicar a D2 do mesmo fabricante da D1.
"Seja por contraindicações específicas, seja por ausência daquele imunizante no país (exemplo, indivíduos que receberam a primeira dose de uma vacina em outro país e que estarão no Brasil no momento de receber a segunda dose), poderá ser administrada uma vacina Covid-19 de outro fabricante. A segunda dose deverá ser administrada no intervalo previamente aprazado, respeitando o intervalo adotado para o imunizante utilizado na primeira dose", ressalta o documento.
Em relação às grávidas e puérperas (mulheres com até 45 dias do pós-parto) que tomaram a Astrazeneca como D1, a nota técnica recomendava a Pfizer preferencialmente para a D2 ou, se estiver indisponível, a Coronavac.
Agora, segundo Nésio Fernandes, o Ministério da Saúde analisa a possibilidade de tornar a vacinação heteróloga uma estratégia nacional, de modo a avançar na campanha de imunização em todo o país e alcançar, mais rapidamente, o esquema vacinal completo.
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