> >
ES mantém negociação direta com laboratórios para compra de vacinas

ES mantém negociação direta com laboratórios para compra de vacinas

Após finalmente o Governo Federal decidir adquirir os imunizantes da Pfizer e Janssen, o governo estadual terá liberdade para negociar compra de doses

Publicado em 4 de março de 2021 às 20:51- Atualizado há 4 anos

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Vacina da Pfizer é a primeira a obter registro definitivo no Brasil
Vacina da Pfizer é a primeira a obter registro definitivo no Brasil. (Pfizer Brasil)

Representantes do governo do Espírito Santo vão se reunir nestas quinta-feira (04) e sexta-feira (05) com integrantes dos laboratórios  das vacinas Pfizer e a Janssen em mais uma tentativa incisiva de negociar a compra de imunizantes contra coronavírus diretamente, sem depender do Ministério da Saúde.

Governo do ES mantém negociação direta com laboratórios para compra de vacinas

A informação foi repassada pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, durante entrevista ao Papo de Colunista, na tarde desta quinta-feira (04). 

"As empresas vão nos atualizar diretamente sobre o estágio das negociações com a União e se há possibilidade deles cumprirem  o critério que temos estabelecido, neste momento, que é a disponibilidade imediata de doses para poder agilizar antecipar a vacinação e não somente atender aos grupos prioritários", explicou o secretário. 

Após meses de negociação com os laboratórios das vacinas Pfizer e Janssen, finalmente o Governo Federal decidiu, nesta terça-feira (02), adquirir os imunizantes dessas empresas. A decisão foi resultado da pressão provocada pelo fato da Câmara dos Deputados aprovar o projeto que também dá maior liberdade aos estados e municípios em comprar as vacinas. 

"Nós estamos desde o ano passado lutando pelas vacinas. A Pfizer tinha disponibilidade de uma quantidade robusta de doses para atender ao Brasil, caso tivéssemos negociado no ano passado.  No quarto quadrimestre, a Pfizer já tinha uma quantidade muito grande de doses disponibilizadas. Porém, o governo federal decidiu não comprá-las no ano passado e agora compra com atraso", comentou Nésio Fernandes. 

Vacinação drive-thru contra a covid-19 no Parque da Cidade, em Brasília
Vacinação drive-thru contra a covid-19 no Parque da Cidade, em Brasília. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

IMEDIATO

Na tentativa de acelerar a vacinação contra o coronavírus na população capixaba, o governo do Espírito Santo vem mantendo negociações com seis laboratórios e empresas que produzem imunizantes: Pfizer, Janssen, Sinopharm, Sinovac, Reithera e Bharat Biotech. O governo possui uma verba de R$ 200 milhões reservados para a compra de vacinas.

No entanto, apesar do diálogo com as empresas, há empecilhos que emperram a efetivação da compra. O principal é o fato de quatro deles terem prioridade de negociar com o governo federal - Pfizer, Janssen, Reithera e Bharat Biotech.  Essas duas últimas, porém, ainda estão nas fases finais de testes.  Já a Sinovac e a Sinopharm ainda não tinham doses disponíveis para a venda.

"Nós temos uma diretriz e um critério que orientam o nosso interesse de compra de vacinas: nós compraremos aquelas que estiverem disponíveis na maior precocidade temporal possível", reforçou o secretário Nésio Fernandes, uma vez que o objetivo é imunizar quanto antes o maior número de capixabas. 

A vacina Pfizer é a única que tem registro definitivo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O imunizante da Janssen recebeu aprovação de autoridades sanitárias de outros países que compõe a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), como Estados Unidos, Canadá e Cuba. 

Agora, com a posição definitiva do governo federal em comprar um total de 100 milhões de doses da Pfizer até dezembro e 38 milhões de doses da Janssen no segundo semestre de 2021, o governo do Espírito Santo poderá ter uma conversa mais próxima dos laboratórios para a compra direta. 

Nésio Fernandes explica que mesmo se resolvidas todas as questões jurídicas entre governo federal e empresas, o que contará será se há doses agora. "Se as doses da Pfizer forem somente para o segundo semestre, sem nenhuma disponibilidade imediata, e outra vacina, ainda com eficácia inferior, tiver disponibilidade mediata, nós iremos optar, sem dúvida alguma, pela de disponibilidade imediata. Nosso interesse é acelerar o processo da cobertura vacinal contra a covid-19 no Espírito Santo e poder encerrar, de fato, esse capítulo que nós vivemos de ficar contando mortos, perdendo vidas, pois tem esgotado do ponto de vista espiritual, profissional, as pessoas e as instituições", enfatizou o secretário de saúde.

 A cidade do Rio de Janeiro retoma hoje (25) sua campanha de aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19 em idosos da população em geral. Hoje serão vacinados os idosos com 82 anos.
Vacinação drive thru na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), zona norte do Rio. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

POSITIVO

Apesar da demora da União, o secretário Nésio Fernandes diz que a compra da Pfizer e Janssen foi acertada, já que, finalmente, tomou as rédias da imunização nacional.

"Sempre lutamos para o governo federal assumir seu papel de coordenação nacional e que adquirisse todas as doses de vacinas disponíveis no mercado. O Brasil precisa ter pelo menos quatro ou cinco opções de vacinas e não ter fornecedores diferentes da mesma vacina.  As tecnologias distintas são importantes por conta da possibilidade de variações do vírus reduzir a eficácia e pela aplicação  pelo fato de, em algum momento, a aplicação ser interrompida por problemas de geopolítica internacional,  já que o país depende de insumos internacionais", explicou. 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais