Depois de quase cinco meses, o Espírito Santo não vai ter, pela primeira vez, nenhum município em risco alto para a Covid-19. No novo mapa divulgado pelo governador Renato Casagrande, em pronunciamento na noite desta sexta-feira (11), as 78 cidades estão divididas, igualmente, em risco moderado e baixo.
A classificação passa a valer a partir da próxima segunda-feira (14), e é resultado da redução da média móvel de óbitos, nos últimos 14 dias, e também de casos ativos (pessoas que podem transmitir a doença). Nesse novo cenário, Vila Velha se junta à Serra e à Capital, na Grande Vitória, no menor nível de risco. Na região, apenas Cariacica permanece no patamar moderado.
No comparativo das duas últimas semanas, o Espírito Santo melhorou todos os indicadores. Além de São Mateus e Ibatiba deixarem o risco alto, a quantidade de cidades em risco baixo passou de 28 para 39.
Desde que foi instituída a matriz de risco para classificar os municípios conforme os indicadores da Covid-19, o Espírito Santo sempre teve cidades em risco alto. No mapa do dia 20 de abril, ainda na primeira fase, eram seis nesse patamar, e a maioria encontrava-se em risco baixo. Depois, com a evolução da doença, o mapa do Estado ficou praticamente todo vermelho em 13 de julho, indicando a fase mais crítica.
Um dos últimos municípios a deixar o risco alto, São Mateus celebra o resultado, mas o secretário municipal da Saúde, Henrique Luís Follador, destaca que as medidas de prevenção e controle da Covid-19 devem permanecer.
"Nossos indicadores de casos confirmados, óbitos e ocupação de leitos de UTI diminuíram de forma significativa, o que nos proporcionou involuir para o risco moderado. Nossa perspectiva é que, se semana que vem os indicadores se comportarem comparados a essa semana, é bem provável que entremos no risco baixo", avalia.
Henrique Follador ressalta que o trabalho tem sido incansável para reduzir o número de pacientes graves e, consequentemente, as mortes na cidade. "Mas também não podemos descuidar do uso de máscaras, higienização das mãos, distanciamento e isolamento social. Precisamos que a população não relaxe as medidas de segurança. Voltar a patamares mais tranquilos do cenário da doença no município, não significa que ela não está mais presente no território", argumenta.
Casagrande, no pronunciamento, também demonstrou preocupação de os indicadores voltarem a um nível maior de risco no Estado, como reflexo da conduta de parte da população no último feriadão (7 e 8 de setembro), lotando bares e praias.
"Vimos muitas pessoas aglomeradas. Estamos preocupados com a repercussão disso daqui a alguns dias. Tomara que não tenha repercussão. A taxa de contágio está diminuindo em praticamente todas as regiões, e vamos trabalhar para continuar a conquistar resultados", ressalta o governador.
O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, já havia manifestado receio também diante das aglomerações registradas nos últimos dias. "A gente pode ter um aumento súbito de casos daqui a duas, três semanas por conta das exposições neste feriadão. Um alerta de que a pandemia não acabou. O que aconteceu nos últimos dias foi desproporcional. As pessoas desconsideraram que existe uma pandemia, que a doença mata e que muitas pessoas ainda não tiveram contato com o vírus. Não podemos flexibilizar os protocolos de uso de máscara, distanciamento, lavar das mãos, o não se abraçar. Os protocolos de fato protegem e precisam ser seguidos", alertou Nésio, no dia seguinte ao feriado.
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